PAPA RENOVA APELO PELO ORIENTE MÉDIO NO 40º DIA MUNDIAL DA PAZ
Cidade do Vaticano, 01 jan (RV) - Neste primeiro dia de ano, solenidade de
Maria Santíssima, Mãe de Deus, e 40º Dia Mundial da Paz, o Santo Padre presidiu à
celebração eucarística na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A santa missa
foi concelebrada pelos cardeais Tarcisio Bertone, secretário de Estado, e Renato Raffaele
Martino, presidente dos Pontifícios Conselhos "da Justiça e da Paz" e da Pastoral
para os Migrantes e os Itinerantes. Concelebraram também os arcebispos Dom Leonardo
Sandri, substituto da Secretaria de Estado, Dom Dominique Mamberti, secretário para
as Relações com os Estados, e Dom Giampaolo Crepaldi, secretário do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz".
Em sua homilia, Bento XVI recordou, inicialmente, que
a liturgia contempla hoje, como num mosaico, diversos acontecimentos sobre a realidade
messiânica. A nossa atenção se concentra, porém, de modo particular, na figura de
Maria, Mãe de Deus, oito dias depois do nascimento de seu Filho, Jesus.
A liturgia
medita hoje, sobre "o Verbo que se fez homem, nascido de uma Virgem; reflete sobre
a circuncisão de Jesus, como rito participação da comunidade, e contempla a Deus,
que deu seu Filho Unigênito, como chefe do novo povo, por meio de Maria; recorda o
nome dado ao Messias e, enfim, invoca a paz de Cristo para o mundo, através de Maria,
mediadora e cooperadora de Cristo".
O bispo de Roma se deteve, a seguir, sobre
o ano que estamos iniciando, como mais um período que a Providência divina nos oferece,
no contexto da salvação que Cristo nos trouxe.
"Na liturgia de hoje, a figura
de Maria desponta como verdadeira Mãe de Jesus, Homem-Deus. Por isso, a solenidade
de hoje não celebra uma idéia abstrata, mas um mistério e um acontecimento histórico:
Jesus Cristo, pessoa divina, nasceu da Virgem Maria, que é sua Mãe, no sentido mais
verdadeiro."
Bento XVI exortou os fiéis a iniciarem este novo ano com o olhar
voltado para Maria. Recebamos este Ano Novo das mãos de Deus, como um talento precioso,
a ser frutificado, como ocasião providencial de contribuirmos para a realização do
Reino de Deus, exortou o papa.
Recordando o tema da sua mensagem para o 40º
Dia Mundial da Paz, que celebramos, hoje _ "A pessoa humana, coração da paz" _ Bento
XVI afirmou: "Estou profundamente ciente de que, respeitando a pessoa, podemos promover
a paz e, construindo a paz, lançamos as premissas de um autêntico humanismo integral!
Essa é uma tarefa que cabe a cada cristão, chamado a ser um incansável artesão da
paz e um intrépido defensor da dignidade da pessoa humana e de seus direitos inalienáveis."
Criado
à imagem e semelhança de Deus, acrescentou o papa, todo indivíduo, independente de
sua raça, cultura e religião, deve ser respeitado na sua dignidade humana e não há
nada que possa justificar que ele seja tratado como objeto.
"Diante das ameaças
da paz, infelizmente sempre freqüentes, diante das situações de injustiça e de violência
que persistem em diversas regiões da terra, diante dos contínuos conflitos armados,
muitas vezes esquecidos pela opinião pública, e diante do perigo do terrorismo, que
perturba a serenidade dos povos, torna-se, cada vez mais necessário, trabalhar juntos
pela paz."
O Santo Padre voltou seu pensamento à Terra de Jesus, onde persiste
a dramática situação de conflito, que perdura há anos, a fim de que se chegue a um
acordo de paz duradouro, que seja baseado no respeito da dignidade e dos direitos
das pessoas.
Neste 40º Dia Mundial da Paz, o Santo Padre não podia deixar de
fazer mais um premente apelo pela paz e a concórdia no Oriente Médio: "Diante dos
representantes das nações, aqui presentes, faço votos, hoje, de que a comunidade internacional
possa unir esforços, a fim de que, em nome de Deus, seja construído um mundo no qual
sejam reconhecidos, proclamados e respeitados, por todos, os direitos dos homens."
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Ao
término da celebração eucarística pela solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus,
e 40º Dia Mundial da Paz, Bento XVI assomou à janela de seus aposentos, no terceiro
andar da residência apostólica vaticana, para rezar a habitual oração do Angelus,
ao meio-dia, com os milhares de fiéis, peregrinos e turistas, presentes na Praça São
Pedro.
Na alocução que precedeu a oração mariana, o Santo Padre recordou que
a comunidade cristã, nestes dias, permaneceu em oração diante de seus respectivos
presépios. E, hoje, contempla a Virgem Maria, Mãe de Jesus.
Jesus, o Príncipe
da Paz, veio para abater a inimizade e os muros que dividem os homens e os povos:
"Renovo meus auspícios de paz aos governantes e aos responsáveis pelas nações e pelos
organismos internacionais, e a todos os homens de boa vontade. Em minha mensagem para
este dia, recordo que "a pessoa humana é o coração da paz" e o seu valor é o pilar
central da construção da paz."
Hoje _ frisou o papa _ se fala tanto de direitos
humanos. Mas o seu respeito começa pelo reconhecimento e pela tutela do direito de
viver e de professar, livremente, a própria religião.
O pontífice concluiu
sua alocução, implorando a Nossa Senhora, para que desenvolva nas consciências, o
sagrado respeito por toda a pessoa humana, e a firme rejeição das guerras e das violências.
Enfim, formulou votos de que todos sejam construtores da verdadeira paz. (MT)