NA AUDIÊNCIA GERAL DESTA QUARTA-FEIRA, BENTO XVI MEDITA SOBRE O SIGNIFICADO PROFUNDO
DO NATAL
Cidade do Vaticano, 27 dez (RV) - "Um clima de Natal, invadido por uma íntima
alegria pelo nascimento do Salvador": com essas palavras, Bento XVI encontrou-se,
na manhã desta quarta-feira, na Audiência Geral, com cerca de nove mil fiéis e peregrinos,
provenientes de todas as partes do mundo. Foi a 45ª Audiência Geral e a última de
2006.
"Ressoam em nossa alma _ disse Bento XVI _ as palavras do evangelista
João, cuja memória a Igreja celebra hoje: "Et Verbum caro factum est _ E o Verbo se
fez carne e habitou entre nós". "Os homens de todas as épocas podem reviver na fé
o mistério da luz celebrado no Natal."
Em sua reflexão sobre o Natal, Bento
XVI questionou: "Mas uma pergunta atravessa estes dois mil anos de história cristã:
Por que Deus se fez homem?"
"A resposta _ disse o Santo Padre _ está no canto
dos anjos na gruta de Belém: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens
por Ele amados"."
"O Glória _ explicou o papa _ significa a continuidade existente
entre o nascimento e a morte de Cristo, entre o Natal e a Páscoa, aspectos inseparáveis
do mistério da salvação. Desta forma _ conclui _ a mensagem de Natal é esta: com o
nascimento de Jesus, Deus manifestou seu amor por todos."
Prosseguindo, Bento
XVI referiu-se às reflexões do teólogo von Balthasar, acrescentando: "É então, o amor
a razão última da encarnação de Cristo": Deus "não é, em primeiro lugar, poder absoluto,
mas amor absoluto, cuja soberania não se manifesta em ter para si aquilo que lhe pertence,
mas em seu abandono". "O Deus que contemplamos no presépio é Deus-amor!"
"Dessa
forma _ observou Bento XVI _ o único modo de glorificar Deus e de construir a paz
no mundo consiste na humilde e confiante acolhida do dom do Natal: o amor. O canto
dos anjos pode se tornar, então, uma oração a ser repetida continuamente, e não somente
neste tempo de Natal."
"Um hino de louvor a Deus no alto dos céus e uma fervorosa
invocação de paz sobre a terra, que se traduza num concreto compromisso, de construí-la
com a nossa vida. Este é o compromisso que o Natal nos confia." (JK)