Cidade do Vaticano, 25 dez (RV) - "Hoje nasceu o nosso Salvador"! Com essas
palavras, o papa iniciou hoje, sua mensagem de Natal, lida do balcão da Basílica de
São Pedro, dirigindo-se aos fiéis e peregrinos presentes na praça, e ao mundo inteiro.
O
papa chamou a atenção para o valor e o significado de um Salvador para o homem do
terceiro milênio, que fez tantos progressos no campo da ciência, e graças às modernas
tecnologias dos meios de comunicação fez da Terra uma casa comum.
O homem se
apresenta confiante e auto-suficiente ao próprio destino. Mas ainda nesta época de
abundância e de consumo desenfreado, existem muitas pessoas que morrem de fome, de
sede, de doenças e pobreza, sendo exploradas em sua dignidade. Há ainda quem seja
vítima do ódio racial e religioso, vítimas de intolerâncias, discriminações e guerras.
"Hoje,
o nosso Salvador nasceu no mundo porque sabe que nós precisamos d'Ele." Porque, não
obstante as numerosas formas de progresso _ ressaltou o papa _ o homem permaneceu
sempre igual, uma liberdade dividida entre o bem e o mal, entre vida e morte. Seu
coração é o lugar onde ele sente a necessidade de ser salvo.
"A época atual,
pós-moderna, tem ainda mais necessidade de um Salvador _ disse ainda o pontífice_
porque a sociedade em que vive o homem de hoje, tornou-se ainda mais complexa e mais
enganosa, tornando-se uma ameaça para a sua integridade pessoal e moral."
Nesse
contexto, o papa recordou também os conflitos que afligem o Oriente Médio, ferido
por numerosas crises, como as guerras no Líbano e no Iraque, e fez votos de que se
abram a perspectivas justas e duradouras de paz, no respeito aos direitos inalienáveis
dos povos.
Bento XVI recordou ainda, os conflitos em Sri Lanka, Darfur e outras
partes da África, assim como os focos de tensão que tornam incerto o futuro em outras
partes do mundo, tanto na Europa quanto na América Latina, e pediu ao Menino de Belém
que ouça os anseios das populações e ilumine os corações dos homens.
"O Salvador
nasceu para todos"_ ressaltou ainda o papa _ e por isso, devemos proclamá-lo não somente
com palavras, mas também com a nossa vida, dando ao mundo o testemunho de comunidades
unidas e abertas, onde reina a fraternidade, o perdão, a acolhida e o serviço recíproco,
a verdade, a justiça e o amor."
Ao final de sua mensagem, o papa desejou a
todos um "Feliz Natal", em várias línguas, inclusive em português e concedeu sua bênção
"urbi et orbi", à cidade de Roma e ao mundo inteiro. (MJ)