Administrador Apostólico de Mogadíscio apela á paz na Somália
(27/12/2006) Mais de uma centena de pessoas morreram hoje nos combates entre milícias
islâmicas e tropas oficiais somalis apoiadas pela Etiópia. Os violentos confrontos
recomeçaram esta quarta-feira numa localidade ao norte da cidade de Jowhar, centro
da Somália. A cidade era reduto do Conselho dos Tribunais Islâmicos (CTI), a milícia
islâmica que enfrenta o governo e que agora controla apenas a capital e parte da costa
do país. Os combates entre as forças governamentais, apoiadas pela Etiópia, e as milícias
islâmicas começaram a 20 de Dezembro, principalmente perto de Baidoa, sede do governo
provisório, e no centro da Somália. Para o Administrados Apostólico de Mogadíscio,
D. Giorgio Bertin, a actual situação só acontece “porque ambas as partes não quiseram
procurar uma verdadeira mediação”. “Todos quiseram o poder para si próprios e,
por isso, não se poderia esperar outra coisa senão a guerra. A comunidade internacional,
contudo, pode sempre desempenhar um papel e procurar convencer as partes a se encontrarem,
verdadeiramente, e a discutirem”, referiu o prelado à Rádio Vaticano. Este responsável
lembra que a presença militar etíope já se fazia sentir nos últimos meses, sendo os
soldados da Etiópia apresentados oficialmente como “instrutores para o exército somali”.
A prioridade deste momento, segundo D. Bertin, deveria ser a “reconstrução do
país e da paz” e não a obtenção do poder. As partes em conflito devem “sentar-se à
mesma mesa” para procurar obter a paz para a Somália, conclui.