2006-12-23 19:21:22

NA AUDIÊNCIA DE NATAL À CÚRIA ROMANA, PAPA RECORDA SUAS VIAGENS APOSTÓLICAS


Cidade do Vaticano, 22 dez (RV) – Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã, na Sala Clementina, no Vaticano, os cardeais, a família pontifícia, a cúria romana e a prelazia romana, para a apresentação de suas felicitações natalinas.
Em seu discurso, o papa recordou as quatro viagens que realizou no decorrer deste ano, ressaltando temas como a paz, a família, o celibato dos sacerdotes, o ecumenismo e o desafio dos cristãos diante do secularismo.
Bento XVI baseou-se na citação "glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados", do Evangelho de São Lucas capítulo 2, versículos 14, e, em torno dela, fez suas reflexões.
O pontífice recordou-se, em primeiro lugar, das pessoas que sofrem por causa das guerras que este ano perturbaram a Terra Santa, e recordou que se torna ameaçador, para o nosso momento histórico, o perigo de um confronto entre culturas e religiões.
Segundo Bento XVI suas visitas à Polônia, Espanha, Alemanha e Turquia desenvolveram-se à luz da relação "do tema de Deus com o tema da paz". A paz ainda é um desafio para todos aqueles que se preocupam com o homem, e isso vale, de modo particular para a Igreja.
O pontífice exortou todos a aprenderem que a paz nasce da abertura dos corações dos homens a Deus. A paz não pode ser obtida unicamente com forças externas, e a tentativa de estabelecê-la com a violência causa somente outras violências. "Que a razão da paz vença sobre a irracionalidade da violência" _ ressaltou Bento XVI.
Nesse contexto, não poderia faltar a referência à viagem do pontífice à Baviera, Alemanha, bem como o discurso que pronunciou na Universidade alemã de Regensburg: "A razão necessita do "logos" que está no princípio e é a nossa luz. A fé necessita do diálogo com a razão moderna, para reconhecer a própria grandeza e responder às suas responsabilidades. Foi isso que tentei evidenciar na minha conferência em Regensburg. É uma questão que não se reveste de uma natureza meramente acadêmica, mas se trata do futuro de todos nós"_ destacou.
"Torna-se sempre mais evidente _ sublinhou o papa _ a urgência do diálogo entre fé e razão. O grande problema do Ocidente é o esquecimento de Deus. Um esquecimento que se difunde. Em última análise, todos os problemas e cada um deles se reportam a esta questão" _ ressaltou o pontífice.
No que se refere ao tema do diálogo entre fé e razão, Bento XVI ressaltou que sua viagem à Turquia ofereceu-lhe a oportunidade de ilustrar, publicamente, seu respeito pela religião islâmica, um respeito, aliás, já indicado pelo Concílio Vaticano II como um dever que se impõe.
"Esta viagem serviu para intensificar o diálogo com o Islã." O conteúdo do diálogo entre cristãos e muçulmanos _ ressaltou Bento XVI _ "será, neste momento, sobretudo, voltado para um encontro nesse empenho de encontrar soluções justas". "Nós, cristãos _ acrescentou _ devemos nos empenhar contra a violência e favorecer a sinergia entre fé e razão, entre religião e liberdade."
Ainda sobre o tema "Deus e paz", Bento XVI recordou sua visita ao campo de extermínio nazista de Auschwitz, dizendo: "Foi, para mim, motivo de grande conforto ver aparecer no céu o arco-íris, quando eu, perante o horror daquele lugar, na atitude de Job, gritava para Deus, abalado pelo terror de sua aparente ausência, e ao mesmo tempo amparado pela certeza de que, mesmo no seu silêncio, Ele não deixa de estar conosco. O arco-íris era como uma resposta divina."Acerca do sacerdócio, o papa afirmou que o "sacerdote deve conhecer Deus e levá-lo aos homens". "É esse o serviço prioritário de que a humanidade necessita."

Por último, a família: Bento XVI recordou sua viagem a Valença, Espanha, para o V Encontro Mundial das Famílias, reiterando sua preocupação pela defesa do matrimônio e da família tradicional, em especial diante das legislações sobre as "uniões livres". (MJ)







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