IGREJA ORTODOXA ROMENA CONTESTA DENÚNCIAS DE OMISSÃO DURANTE REGIME COMUNISTA
Bucareste, 22 dez (RV) - A Igreja Ortodoxa romena qualificou de "inaceitáveis"
e "não científicas" as conclusões de um relatório sobre a colaboração da hierarquia
ortodoxa com o passado regime comunista. Os ortodoxos pediram uma nova análise, "mais
objetiva" dos acontecimentos.
Num comunicado, o patriarcado ortodoxo manifestou-se
"surpreso com a abordagem pouco científica do capítulo dedicado aos cultos religiosos
durante o ex-regime comunista, baseada _ segundo o documento _ em estudos controvertidos".
"O comunicado destaca que "o sacrifício de milhares de sacerdotes e de fiéis ortodoxos
encarcerados testemunham a resistência da Igreja Ortodoxa ao regime comunista."
O
relatório, redigido por cerca de 30 historiadores, denuncia o silêncio da hierarquia
ortodoxa _ guiada pelo patriarca Teoctist _ diante da demolição de dezenas de igrejas,
por ordem do ditador Nicolae Ceausescu, assim como a colaboração de uma parte do clero
com a famigerada Polícia Política.
O estudo afirma, igualmente, que o fato
de Teoctist ter reassumido o cargo de patriarca "representa um acontecimento nefasto,
o início de uma restauração neo-comunista, que bloqueou a reforma moral da sociedade
romena".
As conclusões do relatório, de mais de 600 páginas, foram apresentadas
ao Parlamento, pelo presidente Traian Basescu, que condenou, na ocasião, em nome do
Estado, "o regime comunista totalitário e criminoso". (JK)