CATÓLICOS E MUÇULMANOS PROCURAM SALVAR NATAL NA INGLATERRA
Londres, 21 dez (RV) - O jornal do Vaticano, "L'Osservatore Romano", falou,
neste último domingo, de uma "guerra" contra o Natal na Inglaterra e, para confirmar
a suspeita, muçulmanos e agnósticos uniram-se aos cristãos, para "salvar" a celebração
do nascimento de Jesus. Uma sondagem realizada pela BBC, de Londres, revela que,
menos da metade das crianças britânicas, de idades compreendidas entre 7 e 11 anos,
sabem que, no Natal, se celebra o nascimento de Jesus. Os jovens da Irlanda do Norte
são mais instruídos na matéria, pois 71% sabem a resposta correta. Na maioria dos
casos, se tenta justificar o "cancelamento" das tradições natalinas, argumentando
a necessidade de não ofender outras religiões ou sensibilidades. Um comunicado
escrito pelo "Christian Muslim Forum", um fórum de cooperação entre cristãos e muçulmanos,
afirma que "excluir ou não mencionar um acontecimento ou celebração religiosos, para
evitar ofender alguém, acaba ofendendo a maior parte da população". Os protestos
dirigiram-se, em boa parte, contra o Royal Mail _ o serviço postal britânico _ que,
este ano, eliminou de seus selos, algumas referências cristãs, colocando apenas renas,
trenós, árvores de Natal e bonecos de neve. Nenhuma imagem lembra, como em ocasiões
passadas, o nascimento de Cristo. As queixas, porém, ultrapassam o âmbito confessional.
Jeff Randall, jornalista do diário britânico "The Telegraph", diz ser "agnóstico com
tendência ligeiramente crente" e condena o "ressentimento absurdo" contra o Natal,
bem como o projeto de "converter o Cristianismo num crime". "Muitos não cristãos
estão perplexos diante desse desejo de auto humilhação. Não são muçulmanos, judeus
ou hinduístas que estão por trás desse absurdo impulso de secularização do Natal"
_ concluiu o jornalista. (MJ)