CARDEAL BARRAGÁN: SE É ACIRRAMENTO TERAPÊUTICO PODE-SE DESLIGAR A MÁQUINA
Cidade do Vaticano, 20 dez (RV) – Se o uso do aparelho que ajuda Piergiorgio
Welby a respirar for definido pelos médicos como "acirramento terapêutico", então
"pode ser desligado". Foi o comentário feito ontem, pelo presidente do Pontifício
Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Cardeal Javier Lozano Barragán, durante
uma conferência sobre a AIDS, organizada pela Embaixada dos EUA junto à Santa Sé.
"Os
médicos devem dizer se a máquina que ajuda Welby a respirar é inútil ou desproporcional,
e se não faz outra coisa senão prolongar a agonia de uma morte iminente; se a resposta
médica for positiva _ afirmou o Cardeal Barragán _ então, se pode desligar a máquina,
porque se torna acirramento terapêutico. Mas antes de dar uma resposta, deve-se fazer
uma análise bem fundamentada."
O caso de Piergiorgio Welby, que vem abalando
a opinião pública na Itália, mereceu um parecer dos 51 especialistas que compõem o
Conselho Superior da Saúde. O parecer foi entregue à ministra da Saúde, Livia Turco.
Um
primeiro esboço, elaborado pela comissão da presidência (o grupo restrito que em duas
reuniões completou a fase dos dados preliminares a ser aprovado num texto único),
indica que o tratamento, por meio do respirador artificial, não pode ser considerado
acirramento terapêutico. Portanto, os pedidos de Welby para o desligamento do aparelho
que o mantêm em vida, pelo menos do ponto de vista técnico-científico, não poderão
ser aceitos. (MZ)