2006-12-20 15:14:56

Num mundo em que tantos vivem como se Deus não existisse, os cristãos estão chamados a difundir, com o testemunho de vida, "a verdade do Natal": Bento XVI na audiência geral


(20/12/2006) O Papa recomendou aos fiéis a tradição do presépio, como “modo simples e eloquente para recordar Aquele que veio habitar no meio de nós”. Trata-se, observou, de “um importante elemento não só da nossa espiritualidade, mas também da nossa cultura e arte”.


Nas palavras dirigidas aos diversos grupos de peregrinos, não faltou, desta vez, uma saudação em língua portuguesa: RealAudioMP3


Amados Irmãos e Irmãs,
Saúdo com particular afecto os visitantes e ouvintes de língua portuguesa. Faço votos por que esta vossa visita a Roma vos encoraje a participar activamente da vida da Igreja, e vos convido a acolher, no próximo Natal, o Filho de Deus feito homem, que se fez pobre para que nos tornássemos ricos pela Sua pobreza. Que o Senhor abençoe vossas famílias e comunidades e, de modo especial, os que sofrem no corpo e no espírito. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de alegrias!




Na alocução mais desenvolvida, em italiano, Bento sublinhou o sentido do mistério do Natal e exortou os fiéis a predisporem-se para o viverem na fé e na conversão de vida.


“O Senhor está próximo: vinde, adoremos”. É com esta invocação que a liturgia nos convida, nestes últimos dias do Advento, a aproximar-se, como que em pontas de pés, da gruta de Belém, onde se realizou o acontecimento extraordinário que transformou o curso da história: o nascimento do Redentor. Na noite de Natal deter-nos-emos, mais uma vez, diante do presépio a contemplar, maravilhados, o “Verbo feito carne”… O Criador do universo veio por amor a estabelecer a sua morada entre os homens… Apareceu em forma humana, humilhando-se… No Santo Natal reviveremos a realização deste sublime mistério de graça e misericórdia


“Na verdade, desde há muitos séculos que o povo eleito aguardava o Messias, mas imaginava-o como um poderoso e vitorioso herói que libertaria os seus da opressão dos estrangeiros. Pelo contrário, o Salvador nasceu no silêncio e na mais absoluta pobreza. Veio como luz que ilumina cada homem – nota o evangelista João, “mas os seus não o acolheram”. Mas logo acrescenta o Apóstolo: “A quantos o acolheram, deu o poder de ser tornarem filhos de Deus…


A liturgia do Advento exorta também a nós a sermos sóbrios e vigilantes, para não nos deixarmos entorpecer pelo pecado e pelas excessivas preocupações do mundo. Será vigiando e orando que poderemos reconhecer e acolher o fulgor do Natal de Cristo…


Mas (interrogou-se Bento XVI) “a humanidade do nosso tempo aguarda ainda o Salvador? Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus como alheio aos seus interesses. Aparentemente não têm necessidade d’Ele. Vivem como se Deus não existisse . Pior ainda, como se fosse um “obstáculo” a pôr de lado para se realizarem a si mesmos. Mesmo entre os crentes alguns deixam-se atrair por atraentes quimeras e distrair por doutrinas falazes que propõem ilusórios atalhos para conseguir a felicidade.
E contudo, embora com as suas contradições, angústias e dramas, e porventura precisamente por isso mesmo, a humanidade procura hoje em dia um Salvador e, por vezes inconscientemente. Espera a vinda de Cristo, o único verdadeiro Redentor do homem e de todos os homens". “Os cristãos têm o dever de difundir, com o testemunho de vida, a verdade do Natal, que Cristo traz a cada homem e mulher de boa vontade. Nascendo na pobreza do presépio, Jesus vem oferecer a todos aquela alegria e aquela paz que podem preencher as expectativas do espírito humano”.








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