IRLANDA: EPISCOPADO PEDE LEI QUE TUTELE MULHERES VÍTIMAS DE TRÁFICO
Dublin, 19 dez (RV) - "Uma lei contra o tráfico de mulheres, que acabe com
a exploração sexual e ofereça proteção e assistência às vítimas": é o que pede, com
urgência, o Episcopado irlandês, ao denunciar, nos dias passados, a carência legislativa
sobre o tema.
Segundo os bispos, a nova legislação "deveria conceder às mulheres
que conseguem libertar-se de seus exploradores, o visto de permanência temporária,
a fim de quem disponham de tempo para se recuperar dos traumas sofridos".
O
tráfico de mulheres, voltado para a prostituição forçada, é um fenômeno em crescimento
na Irlanda. O país, que até o momento não subscreveu a Convenção do Conselho da Europa
na luta contra o tráfico de seres humanos, também não prevê, em sua Constituição,
nenhuma tutela para as vítimas dessa espécie de tráfico.
Um recente projeto
de lei contra o tráfico de seres humanos não faz nenhuma referência a esse aspecto
do problema. A porta-voz da agência católica Ruhama _ que presta assistência a mulheres
vítimas de prostituição forçada _ Geraldine Rowley, ressaltou que "oferecer proteção
às vítimas facilitaria também o recolhimento de provas contra os criminosos, que estão
tirando enorme proveito desse vazio legislativo".
Na Irlanda, o tráfico de
seres humanos e a prostituição tornaram-se uma atividade criminosa de pouco risco
e muito lucrativa. (JK)