POSIÇÃO DE PROFESSORES EM RELAÇÃO AO NATAL CAUSA POLÊMICA NA SUÍÇA
Berna, 18 dez (RV) - A posição adotada por professores suíços em relação às
festividades natalinas está causando polêmica na Suíça. Eles são favoráveis aos festejos
do Natal, desde que não sejam de natureza religiosa.
A posição dos docentes
suíços foi manifestada pelo presidente da Federação Nacional de Professores (DCH),
Beat Zemp. Ele explicou que a Constituição suíça prevê a separação entre Igreja e
Estado, e em virtude disso, deveriam ser banidos das salas de aula, os crucifixos,
as orações ou cantos religiosos. Entretanto, se uma instituição escolar pretendesse
organizar uma festa religiosa, esta deveria oferecer às crianças não-cristãs a possibilidade
de pedir dispensa.
A questão veio à tona, depois que alguns pais muçulmanos
pediram que as atividades natalinas fossem banidas do ensinamento das escolas freqüentadas
por seus filhos.
As declarações de Zemp _ publicadas no jornal "Blick", no
contexto de uma matéria intitulada "Natal proibido na escola?" _ desencadearam a polêmica.
Muitos vêem no episódio uma presumível "islamização" da Suíça.
O presidente
da federação dos professores acusou o jornal de ter contextualizado mal seu pensamento
sobre o assunto. Ele esclareceu que não existe nada de mal em organizar celebrações
de final de ano, mesmo com árvores de natal e coroas do Advento. A Constituição suíça,
entretanto _ ressaltou _ diz que nenhum aluno deve ser obrigado a seguir um ensino
confessional ou a participar de atos religiosos. "Na prática _ explicou Zemp ao jornal
"20 Minuten" _ a escola deveria renunciar aos símbolos cristãos, orações e corais."
Os
pedidos de dispensa das festas nas escolas não é uma novidade, nos últimos anos, em
algumas localidades da Suíça. Os pedidos provêm dos pais pertencentes a diversos grupos
religiosos. Por outro lado, uma pesquisa realizada em Zurique, e outras localidades
suíças revela que os pedidos de dispensa das festas religiosas nas escolas são raros
e não provocam problemas. (JK)