MUÇULMANOS PRETENDEM REZAR À FORÇA NA CATEDRAL DE CÓRDOBA
Madri, 15 dez (RV) - O presidente da Junta Islâmica da Espanha, o cordobês
Mansur Escudero, anunciou que os muçulmanos rezarão na Catedral de Córdoba, ainda
que sem a autorização do bispo local, Dom Juan Asenjo.
Mansur Escudero declarou
à agência Europa Press, que dirigirá uma carta a Dom Asenjo, depois que o presidente
da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Dom Ricardo Blázquez, considerou possível
que se permitam as orações pessoais ou individuais de muçulmanos no templo cordobês,
que foi mesquita até inícios do século XVI.
O líder muçulmano afirmou que,
na carta a ser enviada a Dom Asenjo, informará o bispo de que os muçulmanos, de pleno
acordo com o que foi dito pelo presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Dom
Ricardo Blázquez Peres, bispo de Bilbao, "iremos rezar na Mesquita de Córdoba (ndr
Catedral), e supomos que o bispo de Córdoba esteja de acordo com Dom Blázquez".
Há
vários anos, Escudero vem lutando para que os muçulmanos ocupem uma parte da antiga
mesquita de Córdoba, hoje transformada em Catedral e símbolo da reconquista cristã
da península ibérica.
Por sua vez, perante as afirmações de Escudero, referentes
ao culto na Catedral de Córdoba, a respeito de declarações anteriores do presidente
do Episcopado espanhol, a Sala de Imprensa da mesma Conferência Episcopal Espanhola
emitiu um comunicado precisando alguns pontos:
Dom Blázquez não recomendou
nem recomenda que os muçulmanos rezem de modo algum na Catedral de Córdoba.
De
suas declarações, não se pode concluir, em nenhum caso, que possa haver uma negociação
para o uso compartilhado da Catedral de Córdoba, sob pretexto de um falso diálogo
inter-religioso.
Por fim, ao se referir ao bispo de Córdoba, o presidente da
Conferência Episcopal Espanhola era consciente de que a única autoridade na matéria
é o ordinário do lugar, ou seja, o próprio bispo de Córdoba, em comunhão e sob a autoridade
direta da Santa Sé
A Mesquita-Catedral de Córdoba é um dos conjuntos monumentais
mais importantes e peculiares da Espanha e do Ocidente. (MZ)