2006-12-13 18:40:59

BISPOS FILIPINOS: CORRUPÇÃO DOS POLÍTICOS É A CAUSA DA POBREZA


Manila, 12 dez (RV) – A pobreza nas Filipinas não depende das muitas bocas para alimentar, mas da ineficácia da política do governo. É a resposta indireta da Conferência Episcopal Filipina às críticas do ex-presidente Fidel V. Ramos, que acusou o atual governo de não atuar um controle demográfico, por causa de "um injustificado servilismo à Igreja Católica".

O arcebispo de Lingayen-Dagupan, Dom Oscar V. Cruz, falou de "certos políticos que novamente proclamam em alta voz e com força, a sua tese preferida: a própria população é responsável pela pobreza do povo e a miséria da nação". Sem nomear o ex-presidente Ramos, Dom Cruz recordou que, por causa desses políticos "há muitas bocas para alimentar e pouco alimento", "muita gente sem trabalho, sem instrução e sem assistência médica. Muitos crimes nas ruas, muito lixo e muita poluição no ar. A população é sinônimo de desastre; traduzindo: a população é inimiga do Estado e a causa de todos os problemas sociais".

Mas essa tese é "errada", como demonstram países como o Japão, China e o território de Hong Kong, que têm uma economia florescente, mesmo com uma população numerosa. Ao contrário, a África tem menor crescimento demográfico, mas não dispõe de bem-estar, o que confirma que o problema não é causado pela população.

"O problema _ advertiu Dom Cruz _ é e sempre foi o tipo de governo." Quando os líderes políticos mentem, enganam e roubam", quando nos departamentos públicos reina a corrupção, "quando os fundos públicos… acabam indo parar nos bolsos particulares, tudo isso empobrece a nação e ofende o povo".

O governo, neste momento, está-se movimentando para exercer maior controle dos nascimentos. No último dia 6, o diretor-executivo da comissão do governo para a população, Tomas Osias, anunciou que confiou ao Movimento Paternidade Responsável (Responsible Parenting Movement), a tarefa de promover, de modo equilibrado, os métodos de controle dos nascimentos, tanto naturais como artificiais. O objetivo, disse Osias, "é ajudar os casais a escolherem a melhor forma de planejar as suas famílias".

Osias observou que muitos casais filipinos são contrários aos métodos artificiais, sobretudo "por medo de efeitos colaterais, recusa por parte dos maridos, razões culturais ou dificuldades de acesso aos anticoncepcionais". (MZ)







All the contents on this site are copyrighted ©.