BISPO DE MACAU OTIMISTA SOBRE RELAÇÕES CHINA-VATICANO
Macau, 12 dez (RV) - O bispo de Macau, Dom José Lai Hung-seng, acredita que
existam contatos entre a China e o Vaticano, no sentido de normalizar as relações
entre os dois Estados.
Em entrevista à agência portuguesa de notícias, LUSA,
Dom Hung-seng considera que as partes devem dialogar "franca e abertamente" sobre
as questões religiosas no continente chinês.
O bispo, natural de Macau, onde
nasceu em 1946, recorda que Pequim tem hoje, uma postura muito mais tolerante, e reconhece
que as várias religiões também contribuem para o desenvolvimento do país.
"Hoje
_ diz ele na entrevista _ várias cidades da China estão investindo na reabilitação
das igrejas; em Pequim existe uma faculdade de Teologia, e várias religiões têm maior
facilidade de atuação."
O prelado recusa qualquer abordagem política do tema
religião no continente chinês e não comenta as críticas feitas pela Santa Sé às autoridades
chinesas, mas recorda que o país tem "seus próprios tempos e interpretações, que devem
ser respeitados".
"Na China, o conceito de liberdade e até de democracia não
pode ser visto à luz da interpretação européia ou americana, porque o povo chinês
tem sua própria maneira de ver e analisar as coisas, e têm-se registrado grandes evoluções"
_ argumentou.
Dom José Lai Hung-seng se disse esperançoso no que diz respeito
a uma reaproximação entre a China e o Vaticano. Ele acredita que há contatos bilaterais,
e não esquece determinadas atitudes de Pequim, que classifica como sinais dos novos
tempos: "Quando em 2005, faleceu João Paulo II, recebi aqui na diocese, as condolências
de um representante de Pequim em Macau; essa mesma pessoa, dias mais tarde, congratulou-se
pela eleição de Bento XVI" _ conta. (CM)