Seul, 12 dez (RV) - À medida que cresce o abismo entre pobres e ricos na Coréia,
mais ameaçada fica a coesão social no país. Quem o afirma é o presidente da Comissão
"Justiça e Paz", da Conferência Episcopal Coreana, Dom Boniface Choi Ki-san.
No
domingo, dia 10, em concomitância com as Nações Unidas, a Igreja local celebrou o
Dia dos Direitos Humanos, que, por tradição, se celebra no segundo domingo do Advento.
Em sua mensagem para a data, Dom Choi releva que a causa principal da polarização
econômica da sociedade sul-coreana é a crise dos mercados financeiros asiáticos da
última década. Crise que foi agravada pelas reformas impostas pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), que castigaram principalmente a classe média.
"Não obstante
a gravidade da situação _ denuncia o bispo _ perseguiu-se cegamente a política neoliberalista
e a flexibilidade do mercado, o que levou à precariedade dos trabalhadores. O progressivo
declínio da classe média causou o empobrecimento de 20% da população e produziu o
mais alto índice de suicídios entre os países da região."
Dom Choi pede políticas
econômicas que não sacrifiquem os direitos fundamentais das pessoas e exorta os fiéis
a não abandonarem os mais pobres. Segundo dados do Instituto de Estatística, de 2003
a 2005, o índice de pobreza relativa aumentou de 16,9% para 18%, e a maior parte dos
novos pobres são pessoas profissionalmente qualificadas. (CM)