"A PESSOA HUMANA, CORAÇÃO DA PAZ": APRESENTADA ESTA MANHÃ A MENSAGEM DO PAPA PARA
O DIA MUNDIAL DA PAZ-2007
Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - "A pessoa humana, coração da paz": é o tema
da mensagem do papa para o Dia Mundial da Paz-2007, apresentada esta manhã, na Sala
de Imprensa da Santa Sé, pelo presidente e pelo secretário do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz", respectivamente, Cardeal Renato Raffaele Martino, e Dom Giampaolo
Crepaldi.
O pontífice explica ter escolhido o tema da mensagem pensando, particularmente,
nas crianças, "cujo futuro é comprometido pela exploração e maldade dos adultos sem
escrúpulos": somente "respeitando a pessoa _ escreve _ se promove a paz". O Santo
Padre recorda que a dignidade do homem deriva do fato de ter sido criado à imagem
e semelhança de Deus: o homem, portanto, "não é somente algo, mas alguém".
"A
paz _ precisa _ é dom de Deus", mas é também "uma tarefa" do homem, "um compromisso
que não tem pausa". A paz, de fato, "se manifesta tanto na criação de um universo
ordenado e harmonioso como também na redenção da humanidade necessitada de ser recuperada
da desordem do pecado". Existe, portanto, uma ordem no mundo que não é "irracional
ou desprovida de sentido", porque "na origem está o Verbo eterno, a Razão e não a
Irracionalidade".
"A paz _ prossegue o pontífice _ precisa que se estabeleça"
com clareza "aquele patrimônio de valores que é próprio do homem enquanto tal". De
fato, "é no respeito pelos direitos de todos que se fundamenta a paz". A Igreja, que
"se faz paladina dos direitos fundamentais de toda pessoa", em particular "reivindica
o respeito pela vida e pela liberdade religiosa de cada um. O respeito pelo direito
à vida em todas as suas fases estabelece um ponto firme de decisiva importância: a
vida é um dom do qual o sujeito não tem completa disponibilidade".
O papa denuncia
"o massacre" que se faz hoje do direito à vida: junto às vítimas dos conflitos, do
terrorismo e da violência "estão as mortes silenciosas provocadas pela fome, pelo
aborto, pela experimentação feita com embriões e pela eutanásia".
No texto
de sua mensagem, Bento XVI aborda a questão da liberdade religiosa e das tantas desigualdades
ainda presentes neste nosso mundo, sobretudo no que tange ao "acesso aos bens essenciais
como a alimentação, a água, a casa, a saúde". Injustiças que atingem particularmente
a África. São ameaça à paz "as persistentes desigualdades entre homem e mulher no
exercício dos direitos humanos fundamentais": o Papa denuncia a exploração das mulheres
e as "visões antropológicas persistentes em algumas culturas, que reservam à mulher
uma colocação fortemente submissa ao arbítrio do homem".
No caminho rumo à
paz _ afirma Bento XVI _ há uma estreita ligação entre ecologia da natureza e ecologia
humana, isto é, entre respeito pelo ambiente e respeito pela estrutura natural e moral
do homem. "A destruição do ambiente _ lemos na mensagem pontifícia _ com um seu uso
impróprio ou egoísta e a apropriação violenta dos recursos da terra geram dilacerações,
conflitos e guerras, justamente porque são fruto de um conceito desumano de desenvolvimento."
Para
o pontífice, é necessário superar as "visões redutivas do homem", os "preconceitos
ideológicos e culturais", os "interesses políticos e econômicos" e aquelas "inaceitáveis"
concepções de Deus que incitam ao ódio e à violência. O Pontífice reafirma com clareza:
"uma guerra em nome de Deus jamais é aceitável!"
Bento XVI denuncia mais uma
vez "a chaga do terrorismo" e, ao mesmo tempo, ressalta a necessidade de que a comunidade
internacional crie "regras mais claras, capazes de contrastar eficazmente a dramática
deriva que estamos assistindo. A guerra representa sempre um insucesso para a comunidade
internacional e uma grave perda de humanidade"
Concluindo, o papa exorta todo
cristãos a sentir-se "comprometido a ser incansável agente de paz e firme defensor
da dignidade da pessoa humana e de seus inalienáveis direitos" testemunhando, segundo
o que revelou Jesus, "que Deus é amor e que a maior vocação de toda pessoa é o amor".
(RL)