PAPA ENCERRA SUA VISITA À TURQUIA ESPERANDO TER CONTRIBUÍDO PARA A PAZ E RENCONCILIAÇÃO
ENTRE CATÓLICOS, ORTODOXOS E MUÇULMANOS
Cidade do Vaticano, 1º dez (RV) - Por volta das 14h20 de Roma, aterrissou no
aeroporto romano de Ciampino, o Boeing da Turkish Airlines, trazendo a bordo o papa
e sua comitiva, de retorno da viagem apostólica à Turquia. Depois de ter recebido
as boas-vindas por parte do Cardeal-vigário para a Diocese de Roma, Camillo Ruini,
e do premier italiano, Romano Prodi, o papa retornou ao Vaticano de helicóptero.
A
última imagem do pontífice em terras turcas é desta manhã, quando, pouco antes da
partida para Roma, Bento XVI foi saudado com visível cordialidade, numa pequena sala
do aeroporto de Istambul, pelos bispos turcos, pelas autoridades locais, pelo patriarca
ecumênico, Bartolomeu I, e pelos outros chefes das Igrejas ortodoxas.
No tradicional
telegrama de saudação aos chefes de Estado e de Governo dos países sobrevoados durante
o vôo de retorno, o Santo Padre deixa transparecer sua alegria pelo bom êxito da viagem.
Na mensagem ao Presidente italiano, Giorgio Napolitano, o papa diz: "Agradeço a Deus
por esta renovada experiência de comunhão eclesial."
O último evento da visita
foi a celebração da santa missa na pequena igreja do Espírito Santo de Istambul, circundado
por uma multidão afetuosa.
Antes de deixar Istambul, no aeroporto, o papa
manteve um colóquio informal com o governador local, Muammer Guler, ao qual fez questão
de reiterar que, para o pastor da Igreja Católica, o diálogo é um dever: "Agradeço
ao Senhor, por ter podido dar um sinal deste diálogo e, desse modo, contribuir para
a melhor compreensão entre as religiões e as culturas, e especialmente também do Islã
por parte dos cristãos."
Na santa missa desta manhã, Bento XVI recordou, com
as palavras de São Paulo, que "o Espírito é a fonte permanente da nossa fé e da nossa
unidade". O Santo Padre acrescentou que isso significa que não devemos viver somente
para nós mesmos, mas tornar-nos, como Jesus, servidores dos próprios irmãos.
"A
missão da Igreja não consiste em defender poderes, nem obter riquezas; a sua missão
é a de doar Cristo, de participar da Vida de Cristo, o bem mais precioso do homem
que o próprio Deus nos dá em Seu Filho."
Durante a celebração, foram marcantes
os coros nas línguas armênia, síria e caldéia, que junto aos cantos latinos, acompanharam
a liturgia; entre os coristas, encontrava-se também um grupo de jovens refugiadas
do Iraque, que, com as suas famílias, são hóspedes da Caritas-Turquia.
Após
ter saudado os patriarcas ecumênico, Bartolomeu I, e armênio-apostólico, Mesrob II,
presentes na catedral, Bento XVI recordou que a perspectiva ecumênica permanece em
primeiro lugar em suas preocupações eclesiais, e convidou toda a Igreja, também na
Turquia, a atuar incessantemente no caminho que conduz à unidade e em vista do bem
de todos.
Concluindo, agradeceu à comunidade turca, assim como às autoridades
civis e políticas, o caloroso acolhimento. Aos cidadãos de Istambul, deixou a seguinte
incumbência: "Vocês sabem muito bem que a Igreja não quer impor nada a ninguém, e
que pede simplesmente, poder viver livremente, para revelar Aquele que ela não pode
esconder _ Cristo Jesus _ que nos amou até o fim na Cruz e que nos deu o Seu Espírito,
presença viva de Deus em nosso meio e no mais profundo de nós mesmos. Sejam sempre
abertos ao Espírito de Cristo e, portanto, atentos àqueles que têm sede de justiça,
de paz, de dignidade, e de consideração por si mesmos e por seus irmãos." (RL)