2006-11-30 14:13:48

Dia Mundial da SIDA 2006 . Mensagem das conferências episcopais de áfrica e Madagascár


(30/11/2006) A todos os nossos Irmãos e Irmãs da Igreja Católica de África e Madagáscar, a todos os homens e mulheres de boa vontade e, em especial, a todos os que estão infectados pelo HIV ou são afectados pelo SIDA: as nossas saudações e os melhores votos neste Dia Mundial do SIDA 2006. O tema deste ano é: “Parar o SIDA: Cumprir a Promessa!” No momento em que celebramos este dia, reflectimos sobre a fidelidade mais profunda que é necessária para inverter esta pandemia. Estamos profundamente alarmados com a magnitude do HIV e do SIDA, com as condições de susceptibilidade à infecção e à doença, seu alastramento e suas consequências. As estatísticas, por si só, apresentam-nos uma história devastadora. Segundo o relatório deste ano da ONUSIDA, 24,5 milhões de pessoas entre a população total de 774 milhões que habitam a África sub-saariana vivem com HIV e SIDA. Quase todos os países do sub-continente têm uma taxa de infecção muito superior a 1%, o limiar de epidemia, e a taxa média entre adultos dos 15 aos 49 anos de idade é de 6,1%.
Apesar de grandes esforços envidados ao nível da educação, há muitas pessoas que continuam ignorantes acerca do SIDA ou continuam a negá-lo. Apesar de uma maior disponibilidade ao nível dos tratamentos, o número das pessoas que morrem com SIDA continua a aumentar. E apesar dos serviços prestados, muitas das pessoas que estão infectadas e doentes continuam esmagadas em circunstâncias de desespero indescritível.
Fazendo eco dos ensinamentos do Papa Bento XVI neste ano, nós Bispos Católicos de África encorajamos todas as pessoas a pensarem nas causas mais profundas da pandemia. Não se trata de uma questão meramente médica. É necessária uma abordagem ao nível da saúde pública, mas tal não é suficiente. Como a missão da Igreja é abordar a pessoa no seu todo e em todas as dimensões da vida, sentimos em nós a responsabilidade especial de revitalizar os valores morais fortes das nossas sociedades. É isso que conduzirá a uma solução sustentável para o SIDA em África.
As questões sociais e o Evangelho são, entre si, inseparáveis. Os Papas mais recentes têm vindo a insistir neste aspecto pelo menos há 125 anos. Dar aos homens apenas conhecimentos, habilitações, capacidades técnicas e instrumentos, tudo isso é demasiado pouco. Este aspecto foi sublinhado de novo pelo nosso Papa, Bento XVI, quando disse recentemente:
“O Deus de Jesus Cristo deve ser conhecido, acreditado e amado. Deve converter os corações para que também as acções sociais possam progredir, para que se dê início à reconciliação, para que o SIDA possa ser combatido, enfrentando verdadeiramente as suas causas profundas e curando os doentes com a devida atenção e com amor.”
A comunidade global tem sido devidamente alertada nos últimos anos para a tragédia da pandemia do SIDA. Sentimo-nos fortemente encorajados com os compromissos generosos no sentido da disponibilização dos recursos necessários contra este temível assassino. Instamos veemente os que fizeram essas promessas a recordarem a declaração do falecido Papa João Paulo II, segundo a qual “As promessas feitas aos pobres são uma dívida que tem de ser paga.” Os compromissos têm de ser honrados no devido tempo. As promessas têm que ser cumpridas prontamente para conseguirmos algum êxito neste combate. O tema para o Dia Mundial do SIDA neste ano é, assim, extremamente pertinente: “Parar o SIDA: Cumprir a Promessa!”
Por nossa parte, e dentro dos meios que temos ao nosso dispor, continuaremos a prestar cuidados com competência, amor e de forma abrangente. Ensinaremos e pregaremos, de modo incansável. Continuaremos a desafiar os africanos como nós, qualquer que seja a sua idade ou condição, a cumprirem as suas responsabilidades ao nível pessoal e ao nível das comunidades em que estão inseridos. Continuaremos a incitar, nomeadamente os nossos dirigentes, e segundo as palavras do Santo Padre “a um compromisso partilhado em prol da justiça e do amor.” E continuaremos a acolher a ajuda generosa e respeitosa dos governos, organizações, órgãos religiosos e benfeitores individuais.
Que a nossa Santa Mãe Maria, Rainha de África e Saúde dos Doentes, interceda por nós junto do Trono da Graça. Ámen.
+ John ONAIYEKAN
Arcebispo de Abuja, Nigéria
Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SCEAM)








All the contents on this site are copyrighted ©.