Em Éfeso Bento XVI pediu paz para a Terra Santa e para o mundo inteiro, e comunhão
e concórdia entre todos os cristãos
(29/11/2006 - RV) A viagem de Bento XVI á Turquia teve nesta quarta feira uma segunda
etapa. Durante a manhã o Papa deslocou-se a Éfeso onde se encontra um importante santuário
mariano e na parte da tarde chegará a Istambul para um primeiro encontro com Bartolomeu
I, o Patriarca Ecuménico ortodoxo com o qual assinará nesta quinta feira uma declaração
comum. A actual Turquia carrega consigo a herança de inúmeras variadas civilizações
- hitita, macedónica, grega, romana, bizantina, muçulmana e otomana – e pode ser considerada,
com justiça, um dos berços do Cristianismo. Apesar da pequena comunidade católica
que ali reside actualmente, Bento XVI não quis deixar de manifestar a sua proximidade,
indo, precisamente, a um dos locais mais importantes da memória cristã da Turquia:
Éfeso, onde está a “Casa da Mãe de Deus”. Nesta antiga metrópole na costa turca
do mar Egeu existiu um importante centro cristão, logo nos primeiros anos após a morte
de Jesus. Os apóstolos João e Paulo viveram em Éfeso e, de acordo com a tradição,
também a mãe de Jesus aqui terá vivido os últimos anos da sua vida, antes de morrer,
como o próprio Bento XVI fez questão de lembrar. A “Casa Mãe de Deus” é o lugar
da tradição cristã mais importante e foi visitada esta, quarta-feira, pelo Papa. Bento
XVI celebrou ali uma Missa ao ar livre, sendo o terceiro Papa a visitar o lugar,
depois de Paulo VI e João Paulo II. Paz para a humanidade inteira, paz para o
Médio Oriente. Bento XVI escolheu o santuário da Casa de Maria de Éfeso, meta continua
de peregrinação tanto para os cristãos como para os muçulmanos, para invocar a reconciliação
entre os povos. O seu pensamento correu uma vez mais á Terra Santa. Já nesta terça
feira, na sede da Nunciatura Apostólica em Ankara, perante o Corpo Diplomático, tinha
encorajado soluções negociadas estáveis e duradoiras para pôr termo á instabilidade
e á violência. “ Elevemos ao Senhor uma oração especial pela paz entre os povos.
Desta nesga da Península anatólica, ponte natural entre continentes, invoquemos paz
e reconciliação antes de mais para aqueles que vivem na Terra que chamamos “santa
e que tal é considerada tanto pelos cristãos como pelos judeus e muçulmanos: é a terra
de Abraão, de Isaac e de Jacob , destinada a hospedar um povo que se tornasse bênção
para todas as gentes . Paz para a humanidade inteira! Que em breve possa realizar-se
a profecia de Isaías: das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças,
foices. Uma nação não levantará a espada contra outra nação, e não se adestrarão mais
para a guerra” Desta paz universal precisamos todos; desta paz a Igreja é chamada
a ser não só anunciadora profética, mas ainda mais “sinal e instrumento”. Precisamente
nesta perspectiva de pacificação universal, torna-se mais profundo e intenso o desejo
veemente da plena comunhão e da concórdia entre todos os cristãos. Nesta homilia
da Missa celebrada em Éfeso Bento XVI citou depois uma passagem da Carta de São Paulo
aos Efésios para introduzir uma reflexão sobre a figura de Cristo salvador que veio
para anunciar a paz entre todas as nações porque todas provêem do mesmo Deus