Belém, 25 nov (RV) - O Oriente Médio torna-se cada vez mais um lugar hostil
aos cristãos. Das grandes ameaças às pequenas intimidações cotidianas, a terra onde
nasceu Jesus torna-se pouco a pouco um local inóspito, de injustiça e de medo.
Alguns
cristãos que vivem em Belém, na Palestina, relataram à agencia AsiaNews diversos acontecimentos
em que extremistas de grupos islâmicos intimidaram cristãos, com uma total omissão
das forças policiais.
Como exemplo destas ações, o grupo, que pediu anonimato,
indicou que no último 4 de novembro, homens armados da Jihad islâmica irromperam no
International Center, administrado pela Igreja Luterana, interrompendo uma reunião
da qual participavam cônsules de países europeus, representantes estrangeiros comprometidos
na ajuda ao povo palestino, líderes religiosos e expoentes da comunidade local. O
representante do grupo islâmico subiu no palco e, acusando os presentes de "traidores",
quebrou o microfone, ordenando a imediata evacuação do local. A tentativa de denunciar
o ato junto à imprensa local e às autoridades foi infrutífera.
Outros habitantes
da localidade falaram de uma briga entre um jovem muçulmano e um cristão que degenerou
em uma verdadeira caçada a jovens estudantes que assumissem serem cristãos.
Já
na Universidade de Birzeit, muitos panfletos foram distribuídos em manifestações anticristãs
com palavras obscenas contra a cruz cristã e contra Bento XVI. Alguns estudantes cristãos
protestaram junto ao decano da Universidade que ordenou o fim do ato. Sua ordem não
foi cumprida e nada aconteceu.
Por fim, uma denúncia de um cristão contra um
muçulmano por causa de uma construção ilegal em um terreno, provocou a invasão da
sua casa por parte de militantes armados das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.
Segundo
o testemunho do grupo de cristãos, sempre que as autoridades policiais foram chamadas,
limitaram-se a acompanhar os acontecimentos à distância. Quando os atos foram denunciados
às autoridades competentes, estas trataram de encobri-los. Estas pequenas, mas significativas
ações, acabam intimidando a comunidade cristã da Palestina. (JK)