ENCONTRO DENUNCIA CONDIÇÕES DAS PRISÕES NA ÁFRICA E SUGERE RETOMADA DA PASTORAL CARCERÁRIA
Iaundê, 24 nov (RV) - A Igreja deveria nomear capelães com uma formação adequada
para realizar a pastoral carcerária, além de estar mais atenta à realidade carcerária
na África. São algumas das conclusões da Conferência Regional da Comissão Internacional
para a Pastoral Católica nas Prisões (ICCPPI), realizada recentemente em Limbe, na
República dos Camarões.
O documento conclusivo do encontro, publicado há poucos
dias, recorda que "os encarcerados ignoram que os seus direitos são constantemente
violados sem o menor pudor, vivem em condições inadequadas e deploráveis e a Igreja
não deu suficiente atenção ao trabalho pastoral nas prisões".
Os delegados
propõe no documento, que para melhorar a situação da pastoral nos cárceres africanos,
cada Igreja local deveria nomear um coordenador da pastoral carcerária, além de proporcionar
uma adequada formação aos agentes pastorais que trabalham nas prisões. Cada diocese,
além disto, deveria dedicar anualmente uma semana à sensibilização do problema das
prisões. A Comissão também reiterou seu compromisso de exercer pressão sobre governos
africanos para que sejam melhoradas as condições dos cárceres.
Além das péssimas
condições das prisões africanas _ o que proporciona o surgimento de doenças como a
malária, pneumonia e graves distúrbios intestinais, entre outros _ a lei não impõe
limites para as prisões cautelares. Soma-se a isto, o fato que muitas vezes as sentenças
não são pronunciadas, possibilitando a soltura somente a quem pode pagar. Os pobres,
neste caso, permanecem nas prisões. Também as penas, muitas vezes, são desproporcionais
aos crimes cometidos. (JK)