2006-11-22 13:20:01

Relatório das Nações Unidas e da OMS faz balanço da epidemia de HIV/SIDA


(22/11/2006) Quase 40 milhões de pessoas, em todo o Mundo, vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Só este ano, há registo de mais 4,3 milhões de novos infectados. A sida continua a alastrar-se, a uma velocidade pandémica, por todo o Globo, com especial incidência na África. A Europa de Leste e a Ásia Central são outras regiões onde a infecção aumentou cerca de 50% desde 2004.
O relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/sida (ONUSIDA) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), ontem divulgado em Genebra (Suíça), estima que, desde que foi detectado, em 1981, o HIV/sida já vitimou 25 milhões de pessoas (2,9 milhões, só este ano), o que significa que é a doença mais mortal da história da Humanidade.
"Em apenas um quarto de século, a sida modificou drasticamente o nosso Mundo", afirmou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em Genebra.
A África subsariana, com 63% dos infectados, é a região do Mundo onde os efeitos da sida são mais nefastos a esperança de vida desceu cerca de 30 anos nalguns países. Moçambique está entre os países onde a evolução da doença é mais preocupante, devido à altíssima prevalência de grávidas infectadas.
Olhando para a geografia da sida, ressaltam, ainda, a Ásia do Sul e Sudeste (com 7,8 milhões de pessoas atingidas) e a Europa de Leste e Ásia Central (1,7 milhões), onde há indicadores de aumento de 50%, desde 2004.
Segundo o relatório, as principais vias de contágio, que contribuíram significativamente para a propagação da doença na Ásia, Europa de Leste e América Latina, são as relações sexuais sem protecção na prostituição e entre homens, assim como a partilha de seringas entre toxicodependentes.As boas notícias são que há cada vez mais pessoas a viver mais tempo com a doença. A melhoria dos tratamentos e o aumento do número de doentes que têm acesso a terapêuticas eficazes traduziram-se em vidas mais longas e com mais qualidade.
A ONUSIDA refere, ainda, sinais encorajadores quanto ao comportamento sexual dos jovens, mas sublinha, por outro lado, o falhanço dos programas de prevenção, em populações-alvo de elevado risco, em muitos países do Mundo.
Na África oriental e ocidental registou-se uma estabilização da prevalência ou mesmo um decréscimo em alguns países, mas a África austral continua a ser definida pela ONU como o "epicentro" da epidemia mundial da SIDA.
Nesta região vivem 32 por cento do total de infectados no mundo (39,5 milhões) e morrem 34 por cento de todas as vítimas da doença a nível mundial, segundo o relatório.
De acordo com o documento, na África austral apenas o Zimbabué registou um decréscimo na prevalência, por exemplo nas mulheres grávidas de 30 a 32 por cento em 2000 para 24 por cento em 2004.
Apesar desta evolução, um em cada quatro adultos zimbabueanos estão infectados com o HIV, o que coloca o país num dos piores casos a nível mundial e onde a esperança média de vida é das mais baixas: 34 anos para as mulheres e 37 para os homens.
A África do Sul continua a registar o maior número de casos na região, 5,5 milhões, incluindo 240.000 crianças com menos de cinco anos, só atrás da Ìndia (5,7 milhões), a nível mundial.
Neste país africano, a tendência tem sido de subida, especialmente junto das mulheres jovens, cuja prevalência subiu de 15,5 por cento em 2003 para 17 por cento em 2005, enquanto que em relação aos homens jovens, registou-se uma ligeira descida de 4,8 para 4,4 por cento.
A África do Sul regista também um aumento no número de mortes devido à doença - 79 por cento entre 1997 e 2004.
A Suazilândia é o país com a mais elevada taxa de prevalência (33,4 por cento), ou seja, uma em cada três pessoas está infectada, num total de 1,1 milhões de habitantes.
O Botsuana também está entre os piores do mundo com uma prevalência de 40 por cento nas mulheres grávidas entre os 25 e os 39 anos, em 2005.
Na África oriental, segundo a ONU, a tendência é para a estabilização ou decréscimo na prevalência da doença, sendo a Tanzânia e o Quénia os mais graves da região, com 1,4 milhões e 1,3 milhões de infectados, respectivamente.
Na África Ocidental, a prevalência é muito inferior quando comparada com o resto da África subsaariana e apenas a Costa do Marfim tem uma percentagem superior a quatro por cento. A maioria dos países desta região apresenta valores inferiores a dois por cento.
No entanto, a baixa prevalência na Nigéria, o país mais populoso de África com 132 milhões de habitantes, representa 2,9 milhões de infectados, o terceiro país com maior número de casos, logo a seguir à Índia e à África do Sul.
A SIDA já matou mais de 25 milhões de pessoas no mundo desde que foi identificada, em 1981.








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