2006-11-21 19:15:44

IGREJAS PEDEM À CHINA MAIOR LIBERDADE RELIGIOSA


Pequim, 21 nov (RV) - O secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas, o queniano Samuel Kobia, pediu nesta terça-feira ao governo chinês para que "seja ampliado o espaço para a prática religiosa". "Se não fizer isto, o governo chinês somente prejudicará o país" _ advertiu Kobia.

Samuel Kobia está visitando Pequim a convite do Conselho de Igrejas Cristãs da China (CCC), órgão que agrega as diversas denominações protestantes do país e reconhecido pelo governo chinês. Sua delegação é integrada pelo Secretário do organismo para a Ásia, Mathews George e pelo representante do Sínodo Ortodoxo, Gabriel Papanicolaou.

O objetivo da viagem é manter contatos com o Conselho das Igrejas Cristãs chinesas para buscar desenvolver uma teologia autóctone, que leve em consideração a ética e a justiça social. O Secretário ressaltou a importância de uma teologia nascida da inculturação e não vinda de fora. "Viemos mais escutar que falar. E não temos dúvida que o século XXI é o século da China em um sentido amplo" _ declarou Kobia.

Kobia assinalou que o presidente da Comissão Consultiva Política da China, Jia Qinlin, além de outras autoridades, já haviam expressado "o desejo do governo chinês de contar com a religião no processo de construção de uma sociedade harmônica". O último censo revelou que na China existem cerca de 60 milhões de cristãos e 55 mil lugares de culto reconhecidos pelo governo.

A visita à China do Secretário do Conselho das Igrejas Cristãs, organismo com sede em Genebra e responsável pelo ecumenismo, coincide com um relatório publicado nos Estados Unidos que coloca a China entre os 8 países no mundo com menor liberdade religiosa em 2006.

Segundo um porta-voz do Ministério do Exterior chinês, o relatório "é uma ingerência nos assuntos internos da China, ao qual Pequim expressa sua grande insatisfação e firme oposição". Segundo a mesma fonte, o governo chinês sempre realizou esforços para proteger os direitos dos cidadãos em relação à liberdade religiosa. "Exigimos que os Estados Unidos respeitem a verdade e deixem de interferir nos assuntos internos da China usando o pretexto da religião" _ acrescentou o porta-voz.(JK)








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