2006-11-21 15:30:53

Em Portugal, agentes pastorais denunciam descriminação contra os ciganos


(21/11/2006) A Igreja Católica manifestou a sua preocupação perante as contínuas atitudes discriminatórias de que é vítimas a comunidade cigana no nosso país. A posição é assumida no final do 33º Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos decorreu em Fátima de 17 a 19 de Novembro de 2006, sob a presidência de D. António Vitalino Dantas, Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana.
O comunicado final do Encontro condena “a continuação da discriminação contra os ciganos no aluguer de casas, em escolas, em opiniões populares e em múltiplas outras circunstâncias”. Em particular é apontado o dedo às Autarquias “que proíbem a permanência de famílias ciganas por um período superior a alguns dias, ao abrigo de posturas municipais e que promovem a expulsão de famílias ciganas do seu território”.
Nesta reunião participaram cerca de 100 pessoas, 60% das quais de etnia cigana, das Dioceses de Bragança-Miranda, Porto, Aveiro, Guarda, Viseu, Leiria-Fátima, Santarém, Setúbal e Beja.
Considerando “a sistemática repressão, discriminação e exclusão dos ciganos e a ciganofobia durante os cinco séculos de história dos ciganos em Portugal”, os participantes no Encontro esperam uma discriminação positiva e “uma reparação financeira adequada em favor das actuais populações ciganas”.
Lembrando que o comércio ambulante continua a ser o principal meio de subsistência das populações ciganas, o documento conclusivo lamenta a sua continua degradação, devido “à conjuntura económico-financeira em Portugal, à concorrência do comércio chinês, à legislação obsoleta e injusta sobre a matéria e às práticas das Autarquias, cada vez mais marginalizantes desta legítima actividade económica”.
Quanto aos projectos de evangelização da Igreja, foi pedida atenção para “a conveniência de estudar o enriquecimento da liturgia com o contributo da cultura cigana e” para a necessidade de se criar um grupo de trabalho “que analise a problemática do ecumenismo no contexto da religiosidade dos ciganos em Portugal”.








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