BISPOS JAPONESES: CATÓLICOS NÃO VISITEM SANTUÁRIO DE YASUKUNI
Tóquio, 21 nov (RV) - A comissão episcopal japonesa para as questões sociais
publicou um documento no qual convida os católicos do país a não visitarem o Santuário
de Yasukuni. O gesto de visitar o local, onde estão enterrados os "maiores criminosos"
da II Guerra Mundial, poderia representar uma provocação aos países vizinhos.
O
documento redigido pelo arcebispo de Tóquio, dom Takeo Okada e intitulado "A posição
da Igreja antes, durante e depois da guerra", explica que a Igreja e a sociedade viveram
grandes mudanças desde 1936, quando a Congregação para a Evangelização dos Povos convidou
estudantes a visitarem os santuários nacionais de Shinto".
Atualmente _ questiona
o episcopado _ "não existe mais uma religião de Estado. Desta forma não se pode usar
como justificativa a idéia de que visitar o Yasukuni seja uma forma de honrar os defuntos.
O Santuário, de fato, abriga somente aqueles que morreram pela glória do Império no
tempo da guerra. Homenagear estas pessoas não significaria glorificar a guerra? Não
é esta a impressão que passa às Nações vizinhas invadidos pelo Japão?
Dom Okada
sublinha que "a Igreja não pretende negar o amor à Pátria, mas quer advertir sobre
o perigo implícito nesta visita, em relação aos países vizinhos. É necessário amar
os povos vizinhos como amamos a nós mesmos".
As visitas ao santuário por parte
do ex-primeiro ministro Junichgiro Koizumi, foram recebidas com muita hostilidade
por parte das nações asiáticas. De modo particular, China e Coréia do Sul foram palco
de violentas manifestações populares contra o imperialismo japonês no século XX e
os crimes cometidos pelo exército japonês no curso das várias guerras e invasões no
século passado. (JK)