Audiência do Papa a um grupo de Bispos da Alemanha: Bento XVI falou do papel dos leigos
na Igreja que não deve ofuscar a imagem do pároco, e do empenho ecuménico que significa
professar juntos os valores transmitidos pela fé cristã
(18/11/2006 - RV) A inserção dos leigos nas funções da Igreja, devido também á carência
crescente de sacerdotes, não deve ofuscar a imagem do pároco. Foi o que reafirmou
Bento XVI falando a um grupo de bispos alemães por ocasião da sua visita quinquenal
ad limina apostolorum , a propósito de um desenvolvimento das estruturas pastorais
que seja adequado á situação presente. Perante o numero actualmente em diminuição
tantos de padres Quanto de fiéis que frequentam a missa do Domingo – disse o Papa
– em várias dioceses de língua alemã são aplicados modelos para modificar e reestruturar
as actividades pastorais, nas quais a imagem do pároco, quer dizer do sacerdote que
como homem de Deus e da Igreja guia uma comunidade paroquial, corre o perigo de ofuscar-se. No
que diz respeito ao campo amplo e aberto do apostolado dos leigos urgentemente necessário,
o Papa enumerou tarefas como a catequese das crianças e dos adultos nas paroquias,
os serviços de caridade, o trabalho de comunicação, o empenho social para a defesa
da vida humana.. E na Igreja a tarefa de ministro extraordinário da Eucaristia, á
qual se juntam a de leitor e de guia da Liturgia da Palavra.. Porém é importante que
tais tarefas não sejam executadas, reivindicando quase uma espécie de direito, mas
com um espírito de serviço. Falando do matrimónio e da família Bento XVI salientou
a importância de ajudar os jovens a dizer um “sim” definitivo que não está em contraste
com a liberdade, mas representa a sua maior oportunidade. O seu é um apelo sobre a
salvaguarda do matrimónio num mundo em que, para os jovens se torna difícil ligar-se
definitivamente.”Na paciência do estar juntos durante a toda a vida - sublinhou o
Papa – o amor atinge a sua verdadeira maturidade, e neste ambiente de amor por toda
a vida, também os filhos aprendem a viver e a amar.” Bento XVI falou também das
iniciativas no caminho da procura da unidade plena de todos os cristãos salientando
que encontram na oração comum e na reflexão sobre a Sagrada Escritura um terreno fértil
sobre o qual crescer e amadurecer a comunhão. O empenho ecuménico não se deve exaurir
em documentos conjuntos , disse o Papa . Torna-se visível e eficaz lá onde os cristãos
de varias Igrejas e comunidades eclesiais, num contexto social cada vez mais estranho
á religião, professam juntos e de uma maneira convincente os valores transmitidos
pela fé cristã e os evidenciam com força no seu agir politico e social. O Santo
Padre sublinhou positivamente as louváveis iniciativas no caminho da unidade salientando
que na Alemanha os esforços envidados devem ser dirigidos sobretudo para os cristãos
de fé luterana e reformadas, contudo sem perder de vista os irmãos e irmãs das Igrejas
ortodoxas . O mundo – observou Bento XVI – tem o direito de esperar de todos os cristãos
uma profissão unívoca de fé em Jesus Cristo, o Redentor da humanidade.”