2006-11-17 09:57:08

SANTA SÉ NA ONU: PREMENTE APELO PELO FIM DO CONFLITO PALESTINO-ISRAELENSE


Genebra, 16 nov (RV) - "O conflito israelense-palestino se tornou uma espiral de violência" que "não leva a nenhum lugar" e que por isso deve ser rompido o mais rápido possível. Foi este o veemente apelo do observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU, em Genebra, arcebispo Silvano Maria Tomasi, que ontem, quarta-feira, fez um pronunciamento na terceira sessão especial do Conselho dos Direitos Humanos. O prelado fez votos de um maior compromisso da comunidade internacional pela solução da crise no Oriente Médio, a partir dos Estados chave da região.

Para resolver a crise palestino-israelense, dom Tomasi indicou dois passos necessários. Em primeiro lugar _ afirmou _ "os dois povos envolvidos devem reconhecer reciprocamente a própria humanidade e igualdade e daí iniciar um processo mútuo de reconhecimento baseado na justiça e no respeito pelos direitos humanos fundamentais internacionais e pelo direito humanitário".

Passo seguinte, a comunidade internacional tem "a responsabilidade moral de promover uma mentalidade de paz, colaborando mediante medidas práticas para a eliminação das profundas raízes culturais, sociais e econômicas da violência".

As partes em conflito _ foi a sua exortação _ devem ser ajudadas a "perseguir uma frutuosa colaboração". Uma responsabilidade _ disse ele _ que se deve ter em primeiro lugar pelos civis, mulheres e crianças, vítimas da violência e "pelos jovens militares cujas vidas foram atingidas com os seus sonhos ainda irrealizados".

"A violência _ reafirmou dom Tomasi _ não compensa e gera novos sofrimentos." O respeito pelos direitos humanos, a partir da vida _ ressaltou _ "não é uma consideração abstrata, mas uma postura que paga um rico dividendo em suas conseqüências políticas e torna possível o proveito dos frutos da paz".

A Santa Sé _ explicou o prelado _ considera o conflito palestino-israelense "a maior fonte de instabilidade no Oriente Médio. Por outro lado, essa instabilidade "agrava a condição da população da Palestina e de Israel e torna ainda mais difícil alcançar o objetivo da paz".

Por isso _ foi a sua exortação _, os Estados devem comprometer-se na busca de uma solução "honrosa ao conflito, prestando assim um importante serviço a toda a humanidade". Agindo desse modo, se demonstrará "mais uma vez que o respeito pelos direitos humanos favorece a paz e a paz mantém" os direitos humanos.

O prelado deteve-se também sobre os desafios que o Conselho para os Direitos Humanos da ONU deve afrontar. "As persistentes violações dos direitos humanos em muitas áreas do mundo" nem "sempre foram afrontadas com honestidade e coerência" por causa de "míopes interesses políticos e econômicos".

Em seguida, dom Tomasi ressaltou que um Conselho que "não contribui para mudar a qualidade de vida das pessoas" corre o risco "de perder a sua credibilidade".

Para a Santa Sé _ afirmou _ é então necessária a adoção de "um método corajoso de verdadeiro diálogo que coloque à mesa os verdadeiros problemas, trabalhando por uma real solução, prescindindo dos pontos de vista".

Dom Tomasi concluiu o seu discurso citando as palavras de Bento XVI, pronunciadas no Angelus de domingo, 5 deste mês: "Deus onipotente e misericordioso ilumine as autoridades israelenses e palestinas, assim como as das nações que têm uma particular responsabilidade na região, a fim de que se comprometam para fazer cessar o derramamento de sangue, multiplicar as iniciativas de socorro humanitário e favorecer a retomada imediata de uma negociação direta, séria e concreta". (RL)








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