IGREJA NA REPÚBLICA DOMINICANA: "PRECAUÇÕES FRENTE AO FMI"
Santo Domingo, 15 nov (RV) - A alta hierarquia da Igreja católica na República
Dominicana pediu ao governo que aja com "muita cautela" no momento de aceitar as recomendações
do Fundo Monetário Internacional (FMI) para implementar novos impostos numa reforma
fiscal.
O cardeal Nicolás de Jesús López Rodríguez recordou que o FMI não age
como uma instituição beneficente; por isso o governo deve avaliar as condições impostas
pelo organismo antes de aceita-las.
Entretanto, o cardeal se manifestou contrário
à greve geral marcada para quinta e sexta-feira desta semana pelas organizações populares
que rejeitam as intenções do governo de implementar uma nova reforma fiscal para criar
novos impostos.
"Aqui é preciso trabalhar; os problemas nunca foram resolvidos
com greves. Creio que (os organizadores da greve de 48 horas) deveriam buscar outros
métodos mais eficazes de protesto" _ acrescentou.
Por sua vez, o bispo auxiliar
emérito de Santo Domingo, dom Francisco José Arnáiz Zarandona, expressou que o FMI
"somente aconselha, mas não manda, não deve ser obedecido; eles (os técnicos do organismo)
são apenas assessores financeiros; nós é que devemos assumir a responsabilidade da
economia dominicana".
Os dois prelados se referiram ao tema durante uma visita
à Câmara dos Deputados, em companhia do Núncio Apostólico, dom Timothy Paul Andrew
Broglio. Na Câmara dos Deputados o cardeal Nicolas de Jesús López recebeu uma condecoração.
(MZ)