Em Fátima a assembleia plenaria da conferência episcopal portuguesa, decidiu publicar
uma nota sobre a "Procriação Medicamente Assistida". Abordadas algumas questões da
relação entre a Igreja e o Estado
( 15/11/2006) A assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), reunida
em Fátima até amanhã, vai publicar uma Nota Pastoral sobre a Procriação Medicamente
Assistida. Mesmo com uma nova Lei aprovada no Parlamento, os Bispos publicam o documento
para “orientar” os fiéis católicos. Sobre o próximo referendo ao aborto, D. Carlos
Azevedo, Secretário da CEP, disse aos jornalistas que os Bispos esperam que os portugueses
possam “amadurecer serenamente a sua consciência” nesta matéria e deixou um apelo
aos que “estão convictos do Não” para que não deixem de votar. Os trabalhos da assembleia,
iniciados na passada segunda-feira, abordaram ainda algumas questões da relação entre
a Igreja e o Estado. A CEP lamenta o atraso do Governo na nomeação dos seus representantes
na Comissão bilateral, prevista na Concordata para o desenvolvimento dos bens da Igreja
que integrem o património cultural português. O Ministério da Cultura ainda não terá
indicado o nome do vogal escolhido. “Não compreendemos a razão deste atraso”,
lamentou D. Carlos Azevedo, frisando que “o Património é algo que todos valorizamos”.
Outro tema é a questão das novas percentagens dos descontos que o Clero passará
a fazer para a Segurança Social, com os Bispos a manifestarem disponibilidade para
negociar. A assistência espiritual nos Hospitais e as aulas de EMRC no 1º ciclo são
assuntos em que é preciso um acordo entre Igreja e Estado. D. Carlos Azevedo lamentou
ainda a ausência de uma representação da Igreja no Conselho Consultivo das Famílias,
um órgão de natureza consultiva composto por representantes de entidades não governamentais,
criado este Verão. Seguindo o plano de reflexão sobre a transmissão da fé, os
Bispos abordaram o papel da família, da escola e da universidade neste processo. O
Secretário da CEP salientou “a crise da família na transmissão da fé” e salientou
a importância de a Igreja apresentar “intensificar e renovar pedagogias”, criando
métodos e técnicas eficazes.