PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II CAMINHA ACELERADO

Cidade do Vaticano, 14 nov (RV) - O papa João Paulo II, falecido em abril de 2005, poderá ser beatificado e canonizado em tempos recordes. Acredita-se que o pontífice teve participação em duas intervenções divinas que possibilitaram a recuperação milagrosa de pacientes terminais.

Atualmente, o Vaticano está investigando as alegações feitas no início deste mês de que um homem foi miraculosamente curado de um câncer de pulmão que, segundo os médicos, era um caso perdido. A mulher do paciente atribui a recuperação à intervenção do papa João Paulo II.

A suposta cura milagrosa de Nicola Grippa, de Salerno, na Itália, não é o primeiro milagre póstumo atribuído a Karol Wojtyla. Um segundo milagre atribuído ao papa neste ano poderá resultar na aceleração do seu processo de canonização.

A Congregação das Causas dos Santos também estaria examinando as alegações de que João Paulo II intercedeu em favor de uma religiosa francesa que estava incapacitada pelo mal de Parkinson. Depois que membros de sua comunidade rezaram pedindo a intervenção de Karol Wojtyla _ que padecia da mesma enfermidade degenerativa _ a religiosa se recuperou de forma completa e duradoura.

Mas qual o caminho para tornar-se santo?

Como sabemos, o primeiro passo para a santidade é a beatificação. Quando se determina que um candidato realizou um milagre após a sua morte, ou que foi um mártir, declara-se que ele é abençoado e que pode ser venerado. O Vaticano precisa examinar todos os detalhes da vida e dos ensinamentos do candidato para se certificar de que ele não expressava idéias heréticas. Após a beatificação, é necessário um outro milagre para a canonização e a declaração formal de santidade.

O processo é conduzido sob sigilo e pode demorar décadas, ou até mesmo séculos, embora as restrições pareçam ter sido suavizadas nos tempos modernos. Durante o seu pontificado de 26 anos, o papa João Paulo II canonizou 482 santos _ mais do que o número combinado de canonizações realizadas por todos os seus predecessores nos últimos 500 anos _ segundo o Vaticano.

O atual pontífice, Bento XVI, pediu normas mais estritas para a canonização dos santos. Ao mesmo tempo, colocou o seu predecessor em uma rota rápida para a santidade ao dispensá-lo do habitual período de espera de cinco anos após a morte de um candidato. Esta regra foi elaborada como forma de resguardo contra as decisões movidas pela emoção.

Mesmo assim, o Vaticano ainda precisa fornecer alguns detalhes importantes sobre o último milagre _ nada se sabe a respeito do nome ou do endereço do paciente curado de câncer, e não foi fornecido nenhum detalhe sobre o médico que tratou dele _ segundo revelações da imprensa italiana. (CM)