NAÇÕES UNIDAS: ESPERANÇA DE VIDA NA ÁFRICA É MENOR QUE NA DÉCADA DE 70
Cidade do Cabo, 10 nov (RV) - O relatório sobre Índice de Desenvolvimento Humano
do Programa das Nações Unidas (PNUD), apresentado ontem na Cidade do Cabo, afirma
que devido ao impacto do vírus HIV, a esperança de vida na África Subsaariana hoje,
é menor do que na década de 70.
Além da epidemia do vírus HIV, a água potável
constitui um grande problema no continente africano. Segundo o representante do Programa
de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (PNUD), Ndolamb Ngokwey, o progresso na
resolução do problema da água e do saneamento são lentos e isso explica o problema
da taxa de mortalidade, que em alguns países está aumentando cada vez mais. Fontes
de água potáveis e serviços higiênicos sempre foram os dois aspectos fundamentais
do desenvolvimento humano _ sublinhou Ndolamb. Falta água para 1 bilhão e 100 milhões
de pessoas e 2 bilhões e 600 milhões não dispõem de serviços higiênicos.
O
relatório ressalta que a água potável e o saneamento poupariam as vidas de inúmeras
crianças, promoveriam o progresso na educação, e libertariam as pessoas de doenças
que as mantêm na pobreza.
Mais de um bilhão de pessoas no mundo vive na pobreza,
devido às desigualdades sociais e a falência das políticas governamentais _ denuncia
o relatório. Por isso, a partir de hoje, o Programa de Desenvolvimento Humano das
Nações Unidas lançará em todo o mundo uma campanha internacional intitulada "Alarme
água".
O Programa de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas pede para que
20 litros de água, por dia, sejam considerados como direito humano para pôr fim à
tragédia de 2 milhões de crianças, que morrem a cada ano por carências hídricas e
higiênicas.
Daqui nasce o apelo a um plano de ação global, que além do forte
debate sobre a privatização da água, saiba garantir a todos o direito a este bem precioso
de toda a humanidade. O relatório recorda que a ONU quer diminuir, até 2015, o número
de pessoas que não possuem água potável. (MJ)