A reconciliação é um dos critérios do agir político: Bento XVI a propósito dos 80
anos da batalha de Verdun, "inútil massacre"
(11/11/2006 -RV ) Bento XVI recorda a batalha de Verdun (uma das maiores batalhas
de todos os tempos, que dutou onze meses e se saldou por uma vitória dos franceses
sobre os alemães), convidando os chefes de Estado da Europa e do mundo a empreenderem
uma acção política “responsável” visando a reconciliação. “Só a reconciliação e
o perdão recíproco podem abrir o caminho a uma paz autêntica. Proveniente do espírito
cristão, (a reconciliação) pertence também aos critérios do agir político” – escreve
o Papa ao bispo francês de Verdun, François Maupu, em mensagem por ocasião do octogésimo
aniversário do combate que teve início a 21 de Fevereiro de 1916 e se concluiu a 19
de Dezembro desse mesmo ano, custando a vida a mais de 200 mil soldados franceses
e alemães. Uma autêntica carnificina que justificou o ditado “Se não viste Verdun,
não sabes o que é a guerra”. “Numa Nota de 1 de Agosto de 1917, enviada aos chefes
dos povos beligerantes – escreve o Papa Ratzinger – o meu predecessor, Bento XV propôs
uma paz duradoura, lançando ao mesmo tempo um premente apelo a pôr termo àquilo que
designou como “inútil massacre. Verdun, momento sombrio da história do Continente
– prossegue a Mensagem papal – deve ficar na memória dos povos como um acontecimento
a nunca mais esquecer e a nunca mais repetir”. Bento XVI convida não só franceses
e alemães, mas sim todos os europeus, a encararem o futuro fundamentando as suas relações
na fraternidade, na solidariedade e na amizade entre os povos”. E conclui fazendo
votos de que as novas gerações possam aprender a lição do passado: “apoiando-se nas
raízes e nos valores cristãos que contribuíram amplamente para criar a Europa, saibam
tecer elos de fraternidade e de caridade entre todos para o desenvolvimento do país,
com especial atenção aos pobres e aos últimos”.