A Igreja na Alemanha deve tornar visível “a força e a beleza da fé católica”, perante
ao “grande desafio do persistente processo de secularização”: exortação de Bento XVI
a um grupo de bispos alemães recebidos sexta-feira, 10 de Novembro
(10/11/2006) O Papa recordou as duas visitas à sua terra natal, a Colónia para a JMJ,
no ano passado, e à Baviera, há dois meses. Bento XVI reafirmou também que os cristãos,
animados pela esperança do Evangelho, devem saber dialogar com os que pertencem a
outras religiões, a começar pelos fiéis muçulmanos. Os cristãos não devem ter medo
“de um confronto espiritual com uma sociedade na qual, por detrás de uma aparente
superioridade intelectual, se esconde na realidade uma certa inquietação perante as
últimas interrogações da existência”: é a exortação de Bento XVI aos prelados alemães
chamados pelo Papa a enfrentar corajosamente como “um desafio providencial” a situação
de uma “cultura dominada pela secularização”, que a Alemanha partilha com todo o mundo
ocidental. Uma condição – sublinhou o Pontífice – na qual Deus tende a desaparecer
cada vez mais da consciência pública”, ao mesmo tempo que “a unicidade da imagem de
Cristo se vai esbatendo e os valore formados pela tradição eclesial perdem cada vez
mais a eficácia”. Para os fiéis (observou), “torna-se cada vez mais difícil e aumenta
a variedade de opção nos projectos de vida e nos modos de viver”. Daí, o “desânimo”
e a “resignação” de muitos fiéis. Atitudes que, advertiu o Papa, “Impedem o testemunho
do Evangelho de Cristo que livra e salva”. Bento XVI reconheceu que, “para dar
este testemunho de maneira credível”, é “necessário um grande empenho”. Fez por isso
votos que “naqueles lugares onde existe uma numerosa população muçulmana, estes tenham
à disposição interlocutores católicos com os indispensáveis conhecimentos linguísticos
e de história religiosa, que os tornem capazes de empreender um diálogo com os muçulmanos”.
Por outro lado, advertiu ainda o Papa, “é claro que tal diálogo pressupõe, antes de
mais, um profundo conhecimento da própria fé católica”. Entre outros vários temas
abordados por Bento XVI no encontro com estes Bispos alemães (por exemplo, relação
padres e leigos, ensinamento da religião, promoção de católicos adultos), de referir
as suas palavras a propósito dos Seminários, tendo em conta que hoje em dia os candidatos
já não provêm, na maioria dos casos, de um ambiente tradicional católico. Nesse sentido,
o Papa fez votos de que se dê cumprimento ao que o Concílio Vaticano II propunha,
no Decreto sobre a Educação Católica e Seminários: que nestes exista um tempo de formação
propedêutica ao Curso de Teologia, que permita nomeadamente a aprendizagem das línguas,
necessárias aos estudos sucessivos, mas também – de maneira global e aprofundada -
dos elementos fundamentais da fé cristã.