PROTEÇÃO A CRISTÃOS IRAQUIANOS PODE GERAR MAIS TENSÃO
Kirkuk, 08 nov (RV) - O arcebispo de Kirkuk, norte do Iraque, dom Louis Sako,
se manifestou contra a iniciativa dos bispos dos Estados Unidos que desejam deter
a possível extinção dos cristãos no país, porque "pode gerar mais tensão que alívio
aos cristãos".
O prelado contestou a intervenção da Conferência Episcopal dos
Estados Unidos que solicitou à Secretária de Estado, Condoleezza Rice, que dê asilo
aos cristãos perseguidos e crie uma área segura para eles na região de Nínive, dando
assim maior proteção.
Em entrevista concedida à Fundação Ajuda a Igreja que
Sofre, dom Sako declarou que a iniciativa poderia dividir os fiéis por causa do sentimento
contrário aos Estados Unidos que existe no Iraque.
"Não nos assemelhamos às
forças de coalizão, portanto não temos nada que ver com o Ocidente. Somos cristãos,
somos cidadãos como todos os demais", explicou o arcebispo, destacando os laços existentes
entre os cristãos e a cultura islâmica.
O arcebispo de Kirkuk também manifestou
que o êxodo de cristãos da cidade de Basra, localizada ao leste do país, está bastante
avançado e só restam umas 200 famílias nesta região. O bispo local, dom Djibrail Kassab,
também deixou a diocese e serve agora a comunidades de exilados em Sydney, na Austrália.
Segundo
dom Sako, a sede de Basra ficará vacante e atualmente existe apenas um sacerdote trabalhando
ali. O arcebispo destacou que "agora quase não há futuro para a Igreja em muitas partes
do país, incluindo Bagdá, Mosul e Basra". (CE)