Fome e desnutrição são inaceitáveis denunciou a Santa Sé,pedindo uma estratégia de
desenvolvimento global
( 08/11/2006 ) A Santa Sé considera que a fome e a desnutrição são “inaceitáveis”
num mundo que dispõe de níveis de produção, de recursos e de conhecimentos capazes
de pôr fim a esses flagelos e às suas dramáticas consequências.Esta posição foi apresentada
pelo Secretário para as Relações com os Estados, o Arcebispo Dominique François Joseph
Mamberti, falando perante o Comité da FAO para a Segurança Alimentar, reunido em Roma
na semana passada.Segundo o arcebispo Mamberti, "a realidade de multidões de pessoas,
cujo direito à vida é colocado em discussão, deve ser para nós motivo de inquietação
e mexer com a consciência de cada um"."Não obstante os esforços feitos pela FAO (Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), pelos próprios Estados, pelas
ONG’s, por múltiplas associações e por indivíduos, eliminar a insegurança alimentar
é um objectivo ainda distante”, lamentou.O Secretário para as Relações com os Estados
identificou na ausência de paz, nas injustiças, na destruição do ambiente e na falta
de serviços sanitários básicos, as "causas que expõem os povos ao grave risco da fome",
sem esquecer "o comportamento dos países mais ricos, que exploram de modo desconsiderado
as riquezas dos países mais pobres, sem nenhuma compensação"."O fenómeno da globalização
deve tornar a família humana ainda mais consciente de que o problema da fome poderá
ser resolvido apenas graças a uma estratégia de desenvolvimento global, no qual participem
todos os países para o bem da humanidade”, acrescentou.Em conclusão, este responsável
assinalou que a Igreja está pronta para ajudar “aqueles que trabalham para dar força
à solidariedade internacional e para promover a justiça entre os povos, de modo particular,
aqueles que estão em contacto directo com as populações".