2006-11-07 10:59:36

CARDEAL RICARD: MOTU PROPRIO QUE LIBERA MISSA EM LATIM VISA COLOCAR FIM AO CISMA COM LEFEBVRIANOS


Cidade do Vaticano, 06 nov (RV) – "A decisão de liberar para os sacerdotes a possibilidade de rezar a missa segundo o Missal de 1962 ainda não foi tomada. O Motu proprio anunciado não foi ainda assinado. O projeto relativo ao Motu proprio é objeto de diversas consultas. Por isto, ainda podemos exprimir os nossos temores e os nossos desejos a respeito". Foi o que afirmou o cardeal Jean-Pierre Bernard Ricard, arcebispo de Bordeaux e presidente da Conferência Episcopal Francesa, durante a abertura da 43ª Assembléia Geral do episcopado francês, atualmente se realizando em Lourdes.

O objetivo principal da liberação seria de acabar com o cisma dos lefebvrianos e não de rever a orientação do Concílio sobre o tema. "Não está em curso uma reforma da reforma litúrgica"_ explicou o purpurado. Alguns órgãos da imprensa internacional haviam noticiado em outubro que o documento já havia sido assinado, entretanto Bento XVI ainda não concluiu o texto e nem chegou a um consenso sobre ele.

Dom Ricard é membro da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei", encarregada de tratar com os tradicionalistas da Fraternidade de São Pio X, os verdadeiros destinatários do Motu próprio, a sua reentrada na Igreja Católica. Recentemente realizou-se um encontro entre ele e Bento XVI para tratar do tema.

A decisão de liberar a celebração da Missa em latim _ anunciada há algumas semanas _ recebeu muitas críticas por parte de bispos e sacerdotes franceses, alemães e belgas. Alguns deles questionaram "se esta acolhida dos grupos que sempre rejeitaram os ensinamentos do Concílio Vaticano II e a sua reforma litúrgica, não acabarão relativizando as orientações conciliares e colocando em discussão todo o trabalho apostólico desenvolvido neste campo em quarenta anos".

A estes questionamentos, o cardeal Ricard respondeu que "o projeto do Motu proprio não pretende criticar o Missal de Paulo VI e nem realizar uma reforma da reforma litúrgica. Os Livros litúrgicos redigidos e promulgados após o Concílio constituem a forma ordinária e habitual do rito romano.

"Este projeto _ explicou o purpurado _ se insere, isto sim, no desejo de Bento XVI de fazer tudo o que está em seu poder para colocar fim ao cisma com os lefebvrianos."

"Acolher alguém na comunhão eclesial não quer dizer colocar em discussão o trabalho pastoral no seu conjunto. Não! A Igreja não muda a sua orientação. Bento XVI não pretende retornar às orientações que o Concílio Vaticano II deu à Igreja. Sobre isto ele se comprometeu solenemente".

Dom Ricard concluiu, explicando aos bispos franceses, que esta "é a ocasião para uma releitura aprofundada do Concílio, uma releitura espiritual e não ideológica". (JK)








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