BISPO CRISÓSTOMO DE PAPHOS, ELEITO LÍDER DA IGREJA CIPRIOTA
Nicósia, 06 nov (RV) - O novo líder da influente Igreja greco-ortodoxa independente
de Chipre é o bispo de Paphos, Crisóstomo, eleito na última votação, ontem, na ilha.
O novo primaz da Igreja cipriota, que venceu nos votos os dois outros candidatos ao
cargo _ o bispo de Limassol, Atanásio, e o abade do mosteiro de Kikkos, Nikiforos
_ substitui seu homônimo arcebispo Crisóstomo, falecido depois de uma longa enfermidade.
Após
o longo e complicado processo eleitoral que o consagrou como líder, o arcebispo lançou
um apelo para 'trabalhar juntos em benefício da Igreja', e quis assegurar a todos,
religiosos e leigos, que ele estará 'a serviço de todos'.
Esta Igreja, conforme
a tradição, foi fundada pelo apóstolo São Barnabé no ano 45.
O III Sínodo Ecumênico
de Éfeso, em 431, conferiu a Chipre a sua independência, desligando-a da Sé de Antioquia
e estabelecendo-lhe a categoria das Igrejas de Constantinopla, Alexandria, Antioquia
e Jerusalém.
No século VII Chipre foi conquistada pelos muçulmanos.
Em
1191 foi reconquistada pelos cruzados da expedição do rei Ricardo, Coração de Leão,
convertendo-se em um estado feudal latino. Desde 1489 caiu sob o domínio da República
de Veneza. Em 1571 foi conquistada pelos turcos. A população, muito contrária aos
latinos, saudou a chegada dos turcos como a libertadores.
Teve início, porém,
uma período de dura dominação que durou quase três séculos. Em 1821 a Igreja de Chipre
uniu-se ao Movimento Grego de Libertação contra os turcos. O arcebispo, seus metropolitas
e muitos sacerdotes e fiéis foram executados.
Em 1878 a Ilha foi ocupada e
dominada pelos ingleses. Em 1931 o arcebispo e dois bispos foram desterrados.
De
1933 a 1947 a Igreja esteve com sede vacante. Novamente em 1956 o grande arcebispo
Makarios foi expulso.
Em 1960 a ilha declarou-se independente e conseqüentemente
uma república, sendo eleito o primeiro presidente da República sua Beatitude o Arcebispo
Makarios.
Sua Beatitude o Arcebispo de Chipre tem as suas prerrogativas próprias,
quais sejam, vestir a púrpura e portar o cetro real e usar tinta rubra para as suas
assinaturas. (CM)