2006-11-06 10:58:16

BENTO XVI NO ANGELUS: "JESUS REVOLUCIONOU O SENTIDO DA MORTE"


Cidade do Vaticano, 05 nov (RV) - Bento XVI, ao meio-dia deste domingo, assomou à janela de seu apartamento, no último andar da Residência Apostólica Vaticana, para o habitual encontro dominical do Angelus, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Antes da oração mariana, o Santo Padre dirigiu umas palavras aos presentes, que, apesar do tempo instável e frio, eram numerosos e ansiosos para vê-lo e receber a sua bênção.

Em sua alocução dominical, o pontífice recordou, inicialmente, que, nestes dias, se celebra, em muitas paróquias a 'oitava dos defuntos': "Trata-se de uma ocasião propícia para recordar, na oração, os nossos entes queridos e meditar sobre a realidade da morte. A chamada 'civilização do bem-estar' busca, muitas vezes, remover o verdadeiro significado da morte da consciência das pessoas, tomadas pelas preocupações da vida diária. Morrer, na verdade, faz parte da vida e pode acontecer a qualquer momento" _ recordou o papa.

"Porém _ frisou o Pontífice _, apesar de todas as nossas distrações, a perda de uma pessoa querida leva-nos a defrontar-nos com o 'problema', encarando a morte como uma presença radicalmente hostil e contrária à nossa vocação natural à vida e à felicidade."

O papa reforçou: "Jesus revolucionou o sentido da morte". "Ele o fez não somente com o seu ensinamento, mas enfrentando-a, ele mesmo". "O Filho de Deus quis participar da nossa condição humana, a fim de abri-la à esperança". Referindo-se à morte, Bento XVI usou uma expressão muito particular: "a morte não é mais a mesma: ficou privada de seu veneno". E ainda: "O amor de Deus operante em Jesus deu um sentido novo à existência do homem, transformando até mesmo o seu morrer."

Quem se compromete a viver como Jesus, "é libertado do medo da morte". Ela já não se apresenta mais como "inimiga", mas, como escreve São Francisco no Cântico das criaturas _ disse o papa _, assume o rosto amigo de uma "irmã", a ponto de poder bendizer ao Senhor: "Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal".

"Nossa fé nos recorda: Não devemos ter medo da morte corporal: quer vivamos, quer morramos, estamos com o Senhor" _ admoesta o papa. "Devemos ter medo, ao invés, da morte da alma, que o Apocalipse chama de 'segunda morte'. De fato, quem morre em pecado mortal, sem se arrepender, fechado na orgulhosa rejeição do amor de Deus, se auto-exclui do reino da vida".

Por fim, o Santo Padre fez uma invocação a Nossa Senhora "a fim de que nos ajude a estar prontos para deixar a vida e depois morar eternamente com o Senhor".

Depois de rezar a oração mariana do Angelus, o Santo Padre concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Ao término da oração mariana de todos os domingos, Bento XVI passou a saudar os diversos grupos de peregrinos, presentes na Praça São Pedro, em seis línguas.

Antes de se despedir, o Bispo de Roma afirmou que acompanha, com viva preocupação, as notícias sobre a grave deterioração da situação na Faixa de Gaza, na Terra Santa. "Desejo expressar a minha solidariedade para com as populações civis que sofrem as conseqüências dos atos de violência. Peço-lhes que se unam à minha oração, para que Deus, onipotente e misericordioso, ilumine as autoridades israelenses e palestinas, como aos responsáveis pela Região, a fim de que façam cessar o derramamento de sangue; que multipliquem as iniciativas de socorro humanitário e favoreçam a retomada imediata de negociações diretas, sérias e concretas".

A propósito, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou, hoje, que a operação militar em Gaza só acabará quando forem cumpridos os objetivos fixados por Israel e que não tem intenção de anunciar quando a mesma chegará ao fim.

A morte, hoje, de um miliciano do Hamas, na localidade de Beit Hanun, elevou para 45 o número de palestinos mortos na Faixa de Gaza pelo Exército israelense, desde que começou, na quarta-feira, uma nova operação na região.

Por sua vez, o vice-ministro de Defesa israelense, Efraim Sne, disse que as ameaças feitas por dirigentes do grupo islâmico Hamas, alegando que a atual ofensiva militar em Gaza põe em perigo a libertação do soldado Gilad Shalit, são uma tentativa de dissuadir Israel para que suspenda a operação. (MT)








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