2006-11-04 10:30:46

ARCEBISPO DE ARGEL: APESAR DOS ATENTADOS IGREJA ARGELINA VIVE PERÍODO DE NOVAS INICIATIVAS


Argel, 31 out (RV) – Ontem, na Argélia, 3 pessoas morreram e outras 24 ficaram feridas em dois atentados verificados no país. Presume-se que o responsável pelos atentados seja o GSPC, Grupo Salafita para a Pregação e o Combate, o braço de Al-Qaeda na Argélia.

Segundo o arcebispo da capital Argel, dom Henri Antoine Marie Teissier, os dois atentados talvez tenham sido perpetrados por alguns integralistas que querem manifestar a própria presença, devido a festa de "Todos os Santos" que se celebrará amanhã. O prelado ressaltou ainda que a vida quotidiana em Argel é normal e que não vê perigo de um retorno às violências, como há alguns anos atrás.

Segundo o prelado, a grave crise da sociedade argelina, causou mais de 150 mil vítimas, entre os quais sacerdotes, religiosos e religiosas, o bispo de Oran, dom Pierre Lucien Claverie, assassinado em agosto de 1996, e os monges de Tibhirine. "Apesar dos atentados, neste momento a Argélia está vivendo um período rico de novas iniciativas _ ressaltou o prelado _, pois estamos acolhendo novos missionários e missionárias, mas também leigos de diferentes nações, que vêm como voluntários para ajudar na sociedade argelina".

Dom Teissier sublinhou ainda que em sua diocese, 500 estudantes africanos conseguiram bolsas de estudos e existem outros 800 a 900 espalhados nas universidades de outras dioceses. "Procuramos ser uma Igreja do povo _ salientou _, isso quer dizer que nós trabalhamos com o povo argelino e para o povo argelino. De modo particular nos empenhamos no campo social, em favor das mulheres e das crianças deficiente. No campo cultural, construímos dez bibliotecas para os estudantes. O povo argelino é muçulmano, mas isso não quer dizer que nós não podemos ter iniciativa. Respeitamos as convicções de cada um, mas oferecemos também o nosso testemunho como cristãos".

Segundo o prelado, existem os grupos tradicionalistas que pensam que os muçulmanos não devem aceitar os cristãos ou construir com eles uma relação de amizade. Mas há outros que os aceitam. "Procuramos dar a esta sociedade a prova de que os cristãos podem respeitar as convicções da população _ ressaltou Dom Teissier _ e trabalhando juntos, nasce a confiança e quando existe confiança, nasce uma amizade verdadeira. Assim, unidos, podemos nos empenhar para o bem comum". (MJ)








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