BENTO XVI E OS BISPOS GREGOS: VOTOS DE PLENA UNIDADE COM OS ORTODOXOS
Cidade do Vaticano, 30 out (RV) - Diálogo "construtivo" com os ortodoxos, cuidados
com as vocações, políticas pastorais capazes de acompanhar os católicos provenientes
de diversos continentes e, portanto, portadores de tradições e sensibilidade distintas.
Bento XVI identificou nessas prioridades o compromisso apostólico da Igreja grega,
pequena realidade num país em que 90% da população é ortodoxa. O Papa afrontou estes
temas durante o seu discurso, esta manhã, aos bispos gregos em visita 'ad Limina'.
Os
católicos que vivem hoje na Grécia são 200 mil, mas somente 50 mil nasceram no país.
Há dez anos, a imigração da vizinha Albânia, como também do Iraque e Filipinas, sem
contar os numerosos matrimônios mistos, mudaram radicalmente a face da Igreja local.
Bento
XVI fez esta análise no início de seu discurso aos prelados gregos, reconhecendo a
"rápida transformação da configuração" das comunidades católicas, concentradas em
grande parte na cidade de Atenas. "Problemas pastorais que requerem soluções tempestivas",
_ observou o Papa _, afirmando compreender as "ânsias apostólicas" dos bispos "diante
de um rebanho notavelmente crescido e interiormente variado".
Confronto e diálogo
foram os instrumentos sugeridos por Bento XVI como base para um planejamento pastoral
que saiba "ir ao encontro das necessidades espirituais dos muitos imigrados" _ disse
o papa.
O diálogo, junto à "perseverança", foram indicados pelo Pontífice como
caminho privilegiado também para o confronto com a Igreja ortodoxa, cujos vértices
_ a partir de Sua Beatitude, o arcebispo Christodoulos _ foram cordialmente saudados
por Bento XVI: "Queremos intensificar a oração para que se apresse o dia abençoado
quando poderemos partir juntos o Pão e beber juntos do mesmo Cálice no qual é colocado
o preço da nossa salvação. Em tal contexto _ ressaltou o Papa _, fazemos votos de
que se abram cada vez maiores perspectivas de um diálogo construtivo entre a Igreja
ortodoxa da Grécia e a Igreja católica, e se multipliquem as iniciativas comuns de
ordem espiritual, cultural e prática."
Outros dois pontos foram objetos da
reflexão de Bento XVI: O primeiro concerne às vocações juvenis, que o Papa exortou
a serem "cultivadas com cuidado". O segundo diz respeito à mesa de negociação que
a Igreja católica grega entabulou com as instituições nacionais para o reconhecimento
de um "estatuto jurídico apropriado", em sintonia com a legislação grega e européia.
"A
Igreja católica _ enfatizou o Santo Padre _ não busca nenhum privilégio, pede somente
para ter reconhecida a sua identidade e missão, de modo a poder eficazmente dar a
sua contribuição ao bem-estar integral do nobre povo grego, de qual os senhores são
parte integrante. Com paciência e respeitando os legítimos procedimentos, será possível
alcançar, graças ao compromisso de todos, o desejado entendimento." (RL)