2006-11-03 15:29:44

ARCEBISPO MIGLIORE: "A ECONOMIA SE FUNDA NA RELAÇÃO COM A NATUREZA"


Nova York, 26 out (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, arcebispo Celestino Migliore, fez um pronunciamento ontem, quarta-feira, na 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova York. "A nossa economia continua a fundar-se, essencialmente, na relação com a natureza", mesmo em contextos caracterizados por uma rápida transição e transformação. Foi a análise feita pelo observador, acompanhada dos seus votos de que as estratégias no campo energético sejam capazes de satisfazer as necessidades a médio e longo prazo e de tutelar a saúde humana e o ambiente.

Diversos sistemas que tornam possível a sobrevivência no mundo _ explicou o Arcebispo Migliore _ "foram irreparavelmente danificados ou destruídos", tornando nestes casos o caminho econômico impraticável. Por isso, as preocupações ambientais não devem ser consideradas externas ou marginais em relação à economia, mas devem ser consideradas pelos políticos como as bases nas quais se apóiam todas as atividades econômicas.

A aplicação dos compromissos assumidos na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento (também conhecida como Cúpula da Terra ou Eco-92, ndr), no Rio de Janeiro, em 1992, para a criação de "pilares econômicos, ambientais e sociais voltados a um desenvolvimento sustentável" é a resposta mínima que se pode exigir.

"As conseqüências ambientais das nossas atividades econômicas são as verdadeiras prioridades do mundo" _ advertiu dom Migliore. O problema ambiental _ prosseguiu ele _ não é somente um "relevante problema ético e científico", mas ainda uma "questão política e econômica".

Não se deve somente integrar o desenvolvimento sustentável em programas de redução da pobreza e de crescimento econômico _ observou o representante vaticano _, mas também refletir sobre "problemas ambientais nas estratégias de segurança e sobre questões humanitárias nos planos de desenvolvimento em nível nacional, regional e internacional".

A Comunidade Internacional _ acrescentou _ deveria continuar aprofundando "a compreensão das relações entre paz e desenvolvimento". Um desenvolvimento _ disse o arcebispo _ que deve incluir maiores investimentos em tecnologias menos poluentes antes que a balança ecológica se desequilibre como conseqüência de uma "culpável negligência".

Por fim, entre os vários sinais que tornam alarmante a degradação ambiental, o prelado evidenciou a desertificação e a seca, a deterioração do setor agrícola _ do qual dependem as populações mais pobres, e o cada vez mais emblemático acesso à água _ devido não a uma efetiva falta, mas comumente a uma inadequada gestão dos recursos hídricos. (RL)







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