2006-10-30 18:38:18

S.O.S. PARA OS CASAIS: NÃO ESCONDER OS PROBLEMAS SEXUAIS


Roma, 30 out (RV) - A Igreja italiana estende a mão aos casais com problemas de caráter sexual. A comunidade católica não pode continuar subestimando as dificuldades dos casais ligadas à sexualidade, que vão aumentando cada vez mais. O convite é para não deixar ocultas as dificuldades e a confiar nos especialistas. É o que emerge da pesquisa publicada este domingo na coluna "Nós, pais e filhos", suplemento mensal do jornal católico 'Avvenire' dedicado à vida familiar, que sob o título "SOS sexo" volta o olhar para o sofrimento dos casais. No artigo, uma constatação preocupante: "nos consultórios de inspiração cristã são escassos os sexólogos".

O jornal do episcopado italiano interpreta desta forma uma preocupação pelos casos de insatisfação sexual dos casais, pelos casos de cônjuges que não têm mais relações sexuais devido a disfunções tanto do homem como da mulher, até agora raramente explicitadas em âmbito católico. "Um sofrimento quase sempre mantido às ocultas, e que põe em risco o futuro do casal".

"Na maior parte dos casos _ se lê no texto _ os casais carregam consigo um mal-estar, se martirizam no sofrimento por uma vida sexual insatisfatória, se culpam mutuamente e frequentemente carregam o peso sozinhos".

Os homens se sentem golpeados por "uma cultura que pede prestações ilimitadas" e as mulheres são vítimas "de uma vida frenética, sem tempo para o descanso e, portanto, com efeitos deprimentes também para a sexualidade".

É por isso que "o mal-estar sexual não deve permanecer escondido, negado, mas precisa ser analisado, discutido pelo casal e, se for o caso, levado para fora, a um especialista". "O ideal _ segundo o jornal da Conferência Episcopal Italiana _ seria aproveitar da competência de um sexólogo, capaz de entender o problema na totalidade da pessoa. Porém _ aqui está a dificuldade _, a figura do sexólogo nos consultórios de inspiração cristã é raramente presente".

Para Giuseppe Zambarbieri, ex-secretário geral da Confederação dos consultórios católicos, "esta é uma herança do passado, porque na Igreja a sexualidade foi um pouco menosprezada". Compreende-se, portanto, como explica a psicóloga e psicoterapeuta Alice Calori, responsável do primeiro consultório católico nascido na Itália, 'A Casa' de Milão, que "quando uma mulher se dirige a nós denunciando problemas de vaginismo ou quando um homem pede para ser ajudado pela falta de ereção ou ejaculação precoce, os encaminhamos aos nossos ginecologistas ou andrologistas". Isso porque _ continua a responsável _ "um verdadeiro sexólogo não existe".

Novas iniciativas são os centros de apoio, também com um serviço de acompanhamento on-line, da associação Auxílio à Família, de Gênova. Mas isso ainda é pouco; basta considerar que nas Universidades católicas não existem disciplinas específicas de Sexologia.

"Hoje, dentro da Igreja _ diz o sexólogo Michelangelo Tortalla, colaborador do Departamento para a Família da Conferência Episcopal Italiana _ há reflexões, pesquisas, estudos, livros que sabem apresentar uma visão nova da sexualidade, uma visão libertadora para as pessoas e para os casais". Todavia "faltam os passos intermediários, os canais de transmissão que possam veicular estas belíssimas reflexões aos adolescentes, aos namorados, aos noivos, aos seminaristas".

Para Tortalla "é importante também que o casal com dificuldade sexual não passe meses ou anos sofrendo, mas tenha a força e a coragem de pedir ajuda a um consultório, a um especialista. Ver um casal que se quer bem, que acredita no próprio casamento, mas no qual está presente um vaginismo de dois ou três anos ou uma disfunção erétil, me impressiona muito e me comove". A conclusão é que "uma boa relação sexual dá colorido e calor à vida do casal, mas uma disfunção tira o colorido da relação e frequentemente a destrói". (MZ)







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