2006-10-30 11:36:21

REPRESENTANTE DA SANTA SÉ DENUNCIA A FALTA DE LIBERDADE RELIGIOSA EM MUITAS PARTES DO MUNDO


Nova York, 28 out (RV) - O diálogo inter-religioso em todos os níveis é de crucial importância: foram palavras do observador permanente da Santa Se na ONU, arcebispo Celestino Migliore, em seu pronunciamento ontem, sexta-feira, em Nova York, na 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas. O tema versava sobre a promoção e defesa dos direitos humanos.

A liberdade de religião ou de credo não existe em muitas partes do mundo _ recordou dom Migliore, ressaltando que quem sofre são indivíduos ou comunidades, em particular minorias religiosas.

O representante vaticano frisou que o papa está preocupado com aquelas situações nas quais medidas legislativas ou administrativas, assumidas ou ventiladas, colocam limites à prática, à observância ou ao testemunho da religião. No mais _ observou ele _, Bento XVI olha com apreensão para os casos nos quais a religião ou a liberdade de religião é usada como pretexto ou como justificação para a violação de outros direitos humanos.

Dom Migliore explicou que por vezes, "por interesses de grupos ou lutas de poder, busca-se impedir algumas comunidades de iluminar as consciências de muitos, colocando-os em condições de agir livre e responsavelmente segundo as verdadeiras exigências da justiça". Pode ser também expressão de intolerância denegrir as comunidades religiosas e excluí-las do debate público ou da cooperação somente porque não podem concordar com algumas escolhas ou adequar-se a práticas que são contrárias à dignidade da pessoa humana.

Daí, o apelo a "quem toma decisões em nível nacional ou global, a autoridades legais e políticas e a todos os homens de boa vontade, a fim de que contribuam para assegurar que as diversas expressões religiosas não sejam coibidas ou reduzidas ao silêncio".

Dom Migliore recordou que entre os fundamentos éticos das Nações Unidas está o direito de pensamento, de consciência e de religião. O arcebispo ressaltou que religião é mais do que simples matéria de pensamento ou consciência; ela tem o poder de unir os diversos membros da família humana.

O arcebispo recordou que a religião não pode ser subestimada, sobretudo em certos contextos, em particular nos conflitos ou nas divisões; a religião tem a força de dirigir as mentes ao pensamento de paz, de tornar os inimigos capazes de se falar, de encorajar processos de paz.

O observador permanente da Santa Sé na ONU recordou que estamos no 25º aniversário da adoção da Declaração para a eliminação de toda forma de intolerância e discriminação baseada na religião ou credo.

Consciente de todos os casos nos quais o nível de discriminação é alto, dom Migliore reiterou os princípios de uma autêntica liberdade religiosa: não é somente tolerância, mas é o respeito do direito a crer, a exercitar o culto, a propor e testemunhar a própria fé. (RL)







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