2006-10-28 16:01:43

Nas Nações Unidas o representante da Santa Sé pede uma "conversão ecológica" para se atingir um desenvolvimento sustentável


A Santa Sé afirmou perante as Nações Unidas que é necessária uma «conversão ecológica» para que possa acontecer um desenvolvimento sustentável.
O arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente na ONU, tomou a palavra quarta-feira perante a comissão da Assembleia Geral, que discutia sobre desenvolvimento sustentável e ambiente.
«Se queremos fazer do desenvolvimento sustentável uma realidade arraigada a longo prazo, temos de criar uma economia realmente sustentável», começou por dizer o representante do Papa.
«Inclusive no contexto da sua rápida transição e mutação,a nossa economia continua a basear-se fundamentalmente na sua relação com a natureza -- observou. O seu substrato indispensável é representado pelo solo, pela água e pelo clima, e fica cada vez mais claro que se estes sistemas de apoio à vida no mundo ficam irreparavelmente feridos ou destruídos, não se dará uma economia viável para nenhum de nós.»
Portanto, «em vez de serem consideradas como externas ou marginais para a economia, as preocupações ambientais têm de ser compreendidas por quem tem capacidade de tomar decisões políticas como o fundamento sobre o qual se baseiam todas as actividades economicas, e também as humanas».
Por isso, observou, «as consequências ambientais da nossa actividade económica encontram -se agora entre as principais prioridades mundiais».
A questão do ambiente, explicou depois o arcebispo Celestino Migliore, não é «só um problema ético e científico importante, mas também um problema político e económico.«Significa não só integrar o desenvolvimento sustentável em programas para a redução da pobreza e do desenvolvimento, mas também reflectir sobre as preocupações e problemas ambientais nas estratégias de segurança, e em questões de desenvolvimento e humanitárias no âmbito nacional, regional e internacional.»
«Numa palavra, o mundo necessita de uma conversão ecológica para examinar criticamente os actuais modelos de pensamento, assim como os de produção e consumo», propôs.
Para aquele arcebispo, são necessários «sérios investimentos públicos nas tecnologias limpas» para «diminuir o mais depressa possível o impacto da contaminação atmosférica e marinha», antes «do equilíbrio ecológico ficar arruinado devido á negligência culpável».
O arcebispo Celestino Migliore recordou que, para as Nações Unidas, 2006 é o Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, fenómeno este último que juntamente com a seca «afecta agora mais de uma pessoa em cada seis no mundo».
«A comunidade internacional tem de adoptar medidas concretas para inverter este alarmante fenómeno através de respostas internacionalmente coordenadas», propôs o representante da Santa Sé.








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