O Evangelho é para todos, porque Deus é Deus de todos. Na audiência geral desta quarta
feira, Bento XVI percorreu a história do Apóstolo Paulo
À luz de Cristo qualquer outro valor é recuperado e purificado de eventuais escorias
,juntamente com o carácter universal do anuncio cristão visto que Deus é Deus de todos:
são as características de Paulo de Tarso que o Papa recomendou á atenção dos fiéis,
na audiência geral desta quarta feira, perante cerca de 25 mil pessoas na Praça de
São Pedro. Bento XVI dedicou a sua catequese a Saulo, o decimo terceiro Apostolo,
anunciando que nas próximas audiências reflectirá sobre uma série de homens e de
mulheres que gastaram a vida pelo Evangelho e pelo Senhor. Falando brevemente
da vida de Saulo, nascido entre a Anatólia e a Síria, hebreu da diáspora chegado
a Jerusalém para estudar a lei de Moisés, tornado perseguidor dos cristãos e depois
fulgurado pela luz de Cristo, Bento XVI definiu-o “estrela de primeira grandeza na
história da Igreja e não só daquela das origens, definido por Crisóstomo “superior
aos anjos e aos arcanjos, e por Dante Alighieri na Divina Comédia “vaso de eleição,
que significa - explicou o Papa – instrumento escolhido por Deus. Outros, recordou,
chamam-no o decimo terceiro apóstolo ou até mesmo o primeiro depois do único. O
Santo Padre recordou que Paulo, quando estudava a lei de Moisés, aprendeu a profissão
de tecelão e assim pode providenciar pessoalmente ao próprio sustentamento , também
sucessivamente, sem pesar sobre as igrejas. Foi decisivo para ele - explicou Bento
XVI – conhecer a comunidade dos que se professavam discípulos de Jesus: que colocavam
no centro não uma fé mas a pessoa de Jesus, e a ele estava ligada a remissão dos pecados.
Como judeu, Saulo considerava esta mensagem inaceitável e escandalosa e portanto sentiu-se
no dever de perseguir os cristãos também fora de Jerusalém. Mas, no caminho de Damasco,
foi arrebatado por Cristo, a luz do ressuscitado – disse o Papa – tocou-o e mudou
a sua vida inteira. Ele próprio fala não só de visão, mas sobretudo de iluminação
e vocação. Apóstolo por vocação, define-se explicitamente., ou por vontade de Deus,
a sua conversão não é o resultado de uma sequencia de pensamentos, mas fruto de um
acto divino, de uma graça divina imprevisível. O primeiro ensinamento da vida
de Paulo é portanto colocar Cristo no centro. “Outra coisa – acrescentou o Papa
– é o carácter universal do seu apostolado: a salvação é oferecida a todos os homens
sem excepção, é o anúncio de graça ao homem destinado a reconciliá-lo com Deus e com
os outros; não diz respeito apenas ao judeu, mas a todos, porque Deus é Deus de todos. Depois
de ter recordado a paixão de Paulo na difusão do Evangelho em todas as partes do mundo
então conhecido, Bento XVI citou também os sofrimentos e as perseguições, até ao martírio:”não
teria podido enfrentar provações tão grandes - comentou o Papa - se não tivesse havido
uma razão de valor absoluto: para ele é Jesus Cristo. Escutemos agora a saudação
de Bento XVI em língua portuguesa Amados Irmãos
e Irmãs, Nossa Catequese de hoje considerou a São Paulo. A figura deste Apóstolo
brilha pelo esplendor da sua obra, não somente por ter sido o artífice por excelência
da expansão do cristianismo pelo mundo afora, mas por ter-nos ensinado a pôr Cristo
no centro da nossa vida. Peçamos a Deus de imitá-lo, sabendo reproduzir em nossas
vidas aquele motivo da sua entrega: «Tornai-vos os meus imitadores, como eu sou de
Cristo» (1Cor 11,1). Saúdo com especial afecto os peregrinos de língua portuguesa
aqui presentes; a todos desejo felicidades, graça e paz. Aos portugueses de Faro e
de Albufeira, e ao numeroso grupo de brasileiros faço votos de que prossigam na caminhada
de fé, depositando sempre a esperança em Cristo ressuscitado. Que Deus vos abençoe!