DOM BRUNO FORTE COMENTA DISCURSO DO PAPA EM VERONA
Chieti, 24 out (RV) - O denso discurso de Bento XVI na última quinta-feira,
19, em Verona, norte da Itália, durante o V Congresso da Igreja italiana, continua
motivando a reflexão.
Dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, em entrevista
concedida à Rádio Vaticano disse que o discurso de Bento XVI esteve centralizado na
"ressurreição de Cristo", uma vez que esteve no "centro da pregação e do testemunho
cristão". O papa convidou os católicos a darem respostas positivas e convincentes
às expectativas e às interrogações do povo unindo inteligência e amor.
Interrogado
sobre o que mais lhe impressionou no discurso do papa, o arcebispo respondeu: "Certamente,
o grande 'sim' de Deus pronunciado em Jesus Cristo sobre o homem e sobre o mundo.
Essa visão positiva do cristianismo, como boa nova e como reconhecimento fundado no
amor de Deus pelo homem, o valor intrínseco da dignidade profunda de todo ser humano
e de tudo aquilo que é humano. Parece-me ser essa a grande mensagem que Bento XVI
quis reconhecer como oriunda da ressurreição de Cristo Jesus, esperança do mundo."
O
caminho seguro para a evangelização _ disse o Papa _ "permanece sendo uma fé amiga
da inteligência, que sabe chamar de modo concreto, sobretudo, os mais pobres e sofredores"...
Dom Bruno Forte comenta: "Parece-me que nessas observações existam duas grandes
mensagens. A primeira é que o cristianismo deve se manifestar em toda a sua força
de exercício da inteligência profunda da realidade. O cristianismo não tem nada a
ver com o irracionalismo, com a renúncia à dignidade da razão que ao invés sempre
exaltou; mas, ao mesmo tempo, essa razão não deve ser absolutizada, ela deve ser conjugada
com o princípio 'amor'."
E ainda: "O Logos encarnado não é somente revelação
da estrutura inteligente do desígnio originário do Criador, mas é também o Logos que
se encarnou por amor e que se revelou como o Deus que é amor. Portanto, inteligência
e amor são inseparáveis, e da conjugação desses dois componentes fundamentais da realidade
da vocação humana da revelação divina pode brotar também o diálogo mais fecundo, a
evangelização mais autêntica, o serviço mais pleno ao homem" _ completou dom Forte.
(RL)