2006-10-25 14:34:03

Defesa da vida, prioridade para os bispos americanos


A promoção da vida humana, desde o início de sua concepção, converteu-se numa das preocupações mais profundas dos bispos católicos do continente americano.
Assim explica o comunicado da décima primeira reunião do Conselho Especial para a América, da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos que se celebrou entre 2 e 3 de Outubro.
Segundo explica a nota conclusiva do encontro, publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé no sábado passado, trata-se de um tema importante na exortação apostólica «Ecclesia in America», firmada por João Paulo II em 22 de Janeiro de 1999.
Esse documento recolhe as conclusões do primeiro Sínodo de Bispos da América da história, que se celebrou no Vaticano de 12 de Novembro a 12 de Dezembro de 1997, com o tema «Encontro com Jesus Cristo vivo, caminho para a conversão, a comunhão e a solidariedade na América».
O Conselho Episcopal que assiste o Papa na aplicação dessas conclusões reuniu-se no Vaticano sob a coordenação do arcebispo Nikola Eterovic, secretário-geral do Sínodo dos Bispos. Participaram cardeais, arcebispos e bispos de todo o continente e da Cúria Romana.
«A situação social e eclesial no continente mostra sinais de esperança, mas também de preocupação», afirma o comunicado de imprensa, ao recolher os argumentos que se enfrentaram na reunião.
«Pelo que se refere à política, a crise das estruturas democráticas favorece formas populistas e demagógicas de governo, com frequência de carácter neomarxista, orientadas para manipular, por motivos ideológicos, a promoção social», afirma a nota da sala de imprensa.
«Nas nações da América Central e do Sul, registam-se graves problemas de pobreza, de imigração e de violência, unidos do tráfico de drogas e do comércio de armas», reconhece.
«O projecto de lei que prevê o prolongamento do muro através da fronteira Estados Unidos - México não resolverá o problema do fluxo migratório entre os dois países e não servirá para aplicar uma política coordenada e humanitária da migração.»
Citando o número 46 de «Ecclesia em America», o comunicado Vaticano apresenta «os desafios para a família» no continente, em especial, por causa «do aumento de divórcios, a difusão do aborto, do infanticídio e da mentalidade anti-conceptiva» e pede «uma decidida reacção a esta mentalidade, com o aumento de iniciativas pastorais orientadas às famílias».
«Na catequese deve sempre sublinhar-se que o fundamento da vida humana é a relação conjugal entre o marido e a mulher, relação que entre os cristãos é sacramental», acrescenta.
Os participantes na reunião enfrentaram também a parte da exortação do Papa Karol Wojtyla, dedicada nessa exortação ao tema: «Cultura da morte e sociedade dominada pelos poderosos».
Os padres consideraram que as vítimas mais afectadas por esta mentalidade «são os pobres e os fracos: crianças não nascidas, vítimas indefesas do aborto; idosos e doentes incuráveis, em certas ocasiões objecto da eutanásia; e muitos outros seres humanos que ficam à margem do consumismo e do materialismo».
Os bispos recordam a oposição de «Ecclesia in America», no número 63, à pena de morte, «tema que se tornou novamente actual em algumas nações americanas».
«A defesa da vida impõe-se como uma tarefa actual, perante as intenções de introduzir o aborto. Em algumas nações faltam leis precisas sobre o aborto e a experimentação genética. A questão do aborto é muito debatida e infelizmente causou uma polarização entre os católicos», constataram os participantes na reunião.
ntre os sinais positivos analisados, o «mais vistoso», é o «aumento das vocações, em particular entre o clero diocesano. «Trata-se de um dom da Divina Providência, resultado da oração e da pastoral vocacional.»








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