Silencio contra a inflação dos discursos do mundo e um cuidado acerca da dimensão
espiritual, ascetica e cultural da vida
Silencio e contemplação estejam na base das palavras do crente para não cair na inflação
dos discursos do mundo. A recomendação foi feita pelo Papa, sugerindo além disso
que nas universidades se cuide não só do crescimento cultural mas também de um amadurecimento
humano equilibrado, e nisto manifesta-se a importância prioritária da vida espiritual.
Bento XVI recordou-o aos participantes na Missa de inauguração do ano académico das
universidades pontifícias de Roma ,nesta segunda feira á tarde. Na celebração,
na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da congregação
para a educação católica, participaram alguns milhares de pessoas. No final da celebração
o Papa desceu á Basílica para dirigir aos presentes uma breve saudação. Bento XI
recordou que a comunidade académica eclesiástica romana é constituída por cerca de
15 mil pessoas e caracterizada por uma ampla multiplicidade de proveniência. “Nesta
ocasião - disse o Papa – desejaria reafirmar a importância prioritária da vida espiritual
e a necessidade de cuidar, ao lado do crescimento cultural, de um equilibrado amadurecimento
humano e de uma profunda formação ascética e religiosa. Quem deseja ser amigo
de Jesus e tornar-se seu verdadeiro discípulo - salientou o Papa – seja ele seminarista,
sacerdote, religioso, religiosa ou leigo - não pode deixar de cultivar uma amizade
intima com Ele na meditação e na oração. Bento XVI recomendou portanto uma educação
ao silencio e á contemplação, porque – disse – é necessário tornar-se capazes de
escutar com o coração de Deus que fala: o pensamento precisa sempre de purificação
para poder entrar na dimensão com a qual Deus pronuncia a sua palavra criadora e redentora,
o seu Verbo, saído do silencio, para usar a linda expressão de Santo Inácio de Antioquia. “Somente
se provêm do silencio e da contemplação, as nossas palavras podem ter algum valor
e utilidade, e não recair na inflação dos discursos do mundo, que procuram o consenso
da opinião comum.