2006-10-24 17:09:10

BISPOS NORTE-AMERICANOS PEDEM PROIBIÇÃO DE MURO NA FRONTEIRA COM MÉXICO


Dallas, 24 out (RV) - O presidente da Conferência dos Bispos católicos dos Estados Unidos (USCCB), dom William Stephen Skylstad, anunciou na imprensa mexicana que enviou uma carta ao presidente George W. Bush pedindo que vete a lei que autorizaria a construção de mais de mil quilômetros de muro na fronteira com o México.

"Somos contra esta legislação porque acreditamos que pode conduzir à morte de imigrantes que tentarem entrar nos Estados Unidos e a um aumento nos casos de violência relacionado ao contrabando", disse dom Skylstad em Dallas, logo depois de visitar a região fronteiriça com o México, acompanhado de outros bispos.

O Presidente do Episcopado americano assinalou à imprensa mexicana que a carta ao presidente Bush adverte que o muro "enviará um sinal errôneo a nosso pacífico vizinho do sul, o México, assim como à comunidade internacional".

Dom Skylstad destaca na carta que as mortes de imigrantes se duplicaram desde 1995, quando o governo federal começou uma série de iniciativas para desviar o fluxo de imigrantes ilegais dos portos de entrada e de outras rotas tradicionais.

"A nosso ver, a edificação de um muro na fronteira obrigaria os imigrantes, desesperados para encontrar um emprego para alimentar a suas famílias, a procurar alternativas mais perigosas para entrar no país, contribuindo para um aumento nas mortes", disse dom Skylstad.

"A Igreja Católica é testemunha da pobreza que conduz os desesperados a procurar emprego em nosso país e esses assuntos de raiz econômica que provocam a imigração ilegal não se resolverão com mais cercas ou barreiras", disse o bispo.

Enquanto isso, no México, o arcebispo de Puebla, dom Rosendo Huesca Pacheco, expressou sua esperança de que os governos do México e dos Estados Unidos cheguem a um acordo migratório porque os dois países precisam um do outro.

Segundo o prelado, o anunciado muro fronteiriço não resolverá o problema do fluxo migratório. "Será ainda mais perigoso, mais mortal, e não vai resolver. Não servirá para uma política ordenada e humanitária de migração, de convênio de mão-de-obra entre dois países que precisam um do outro", indicou, reconhecendo que o México precisa criar empregos devidamente remunerados para que ninguém tenha que emigrar. (CM)








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