2006-10-24 11:36:14

BENTO XVI RECORDA O 50º ANIVERSÁRIO DA CORAJOSA INSURREIÇÃO HÚNGARA


Cidade do Vaticano, 23 out (RV) - Bento XVI se une às celebrações que se concluem nesta segunda-feira em Budapeste pelo 50º aniversário da insurreição húngara contra o regime comunista.

Numa mensagem ao presidente húngaro, László Sólyom, o papa recorda os lemas democráticos de 1956 que foram reprimidos com o próprio sangue pelas tropas soviéticas.

Participaram das celebrações, iniciadas ontem, domingo, além do cardeal Angelo Sodano, na qualidade de legado pontifício, cerca de sessenta chefes de Estado e de governo europeus.

"No dia 23 de outubro de 1956 _ recorda o Santo Padre na mensagem _, o corajoso povo de Budapeste decidiu confrontar-se com o próprio desejo de liberdade, diante de um regime que perseguia fins desconformes aos valores da nação húngara. É ainda viva na memória a recordação dos trágicos eventos que provocaram, no espaço de poucos dias, milhares de vítimas e de feridos, suscitando no mundo grandes preocupações."

Bento XVI recorda os veementes apelos de Pio XII, que "através de quatro prementes pronunciamentos públicos pediu com insistência à Comunidade Internacional o reconhecimento dos direitos da Hungria à autodeterminação, num quadro de substancial identidade nacional, que garantisse a necessária liberdade".

O pontífice ressalta que a Hungria, "apesar das opressões sofridas ao longo dos séculos, e por último, as opressões soviético-comunistas, sempre teve em justa ponderação a relação entre estado e cidadão, para além de toda ideologia".

"Segundo a visão cristã, à qual se inspiraram as populações que deram vida à nação húngara, a pessoa _ com as suas legítimas aspirações morais, éticas e sociais _ precede o Estado" _ prossegue o Papa.

"A estrutura legal do Estado e a sua justa laicidade são sempre concebidas no respeito pela lei natural traduzida nos autênticos valores nacionais e, para os fiéis, enriquecida, pela Revelação."

Em seguida, Bento XVI faz votos de que a "Hungria possa construir um futuro livre de toda opressão e condicionamento ideológico, auspiciando que a celebração dos fatos de 1956 seja motivo de providencial reflexão sobre os ideais e sobre os valores morais, éticos e espirituais que construíram a Europa", e que a Hungria continue sendo a "defensora de uma proposta de civilização baseada no respeito pela pessoa humana e no primado de seus altos destinos". (RL)







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